Pedreiro é morto no bairro Bela Vista em Montenegro

CRIANÇA DE DOIS anos viu mãe e padrasto atingidos por tiros na sala de casa, e por pouco não foi vítima

O pedreiro Paulo Sérgio da Rosa Fontoura, 45 anos, foi assassinado na casa onde morava há sete meses, na Rua do Sabiá, bairro Bela Vista (Volta do Morro), em Montenegro, na noite dessa quinta-feira,27. A companheira dele, Tainara de Souza de Pietro, 20 anos, levou um tiro no ombro esquerdo, mas se recupera bem. A filha de Tainara, A. J. de apenas dois anos de idade, presenciou a morte do padrasto. Para a viúva, Paulo foi vítima de vingança.
Segundo Tainara, pouco antes das 22h o esposo terminou de jantar e deitou-se, pois nessa sexta-feira, 28, acordaria cedo para trabalhar. Paulo ouviu um carro parar próximo à casa e pediu que a companheira fosse ver do que se tratava. Tainara diz que não viu o veículo, mas que o marido insistiu em dizer que havia alguém parado na frente do imóvel.

Ao olhar para a rua pela segunda vez, Tainara viu um homem se aproximando. “Ele entrou pelo portão e bateu na porta. Disse o nome dele e que queria falar com o Paulo”, conta a jovem. “Fui no quarto e falei para o meu marido, ele disse que não conhecia o homem”, detalha.

Paulo Sérgio da Rosa Fontoura, a enteada e Tainara de Souza de Pietro

Paulo levantou-se e foi até sala, enquanto isso o estranho aguardava na área. “Ele disse que era de uma facção e perguntou se era o Paulo que morava aqui. Meu marido disse que se chamava Paulo, mas que não tinha nenhuma droga”, acrescenta Tainara. Ao ter a confirmação de que estava falando com o Paulo, o sujeito chegou a afirmar que estaria no endereço correto, que haviam lhe passado. “Ele queria que a gente abrisse a porta. Meu marido foi tentar colocar uma tranca na porta quando o cara deu o primeiro tiro, que acertou meu ombro”, detalha.

Depois de ferir a mulher com um disparo, efetuado através da janela de vidro da porta, o sujeito arrombou o local e alvejou Paulo na cabeça, com dois tiros. “Ele só tinha três balas na arma, quando foi dar o quarto tiro a arma travou”, conta Tainara. “Ele olhava o tempo todo para nossos olhos. Tinha sangue no olhar dele”, comenta.

Em meio ao desespero vivido pelo casal, a filha de Tainara acordou e viu a cena de terror que se instalou na casa da família. “Por sorte acabaram as balas e ele saiu da casa”, sublinha. Logo que deixou o imóvel, o indivíduo foi surpreendido pela presença de uma guarnição da Brigada Militar.

O acusado J. F. L., de 33 anos, chegou a apontar o revólver calibre .357 para os policiais, mas acabou sendo rendido. A polícia atirou contra o elemento, que logo em seguida foi conduzido sob custódia ao Hospital Montenegro (e mais tarde transferido para o HPS de Canoas). Os brigadianos foram averiguar a residência atacada e encontram Fontoura morto. A mulher ferida confirmou que o autor do crime era o sujeito preso.

Tainara passou por atendimento médico e foi liberada no começo da tarde dessa sexta-feira. Traumatizada, ela pretende ir embora de Montenegro. Para ela, o crime é uma vingança. “Ele tinha uma rixa de serviço. Brigou com um ex-colega de trabalho e deu uma surra nele, pra mim foi esse cara que mandou matar meu marido”, diz a viúva.

O caso foi registrado na DPPA de Montenegro, onde foi lavrado o flagrante de J. F. L.. Até o fechamento desta reportagem, o depoimento de Tainara e do acusado ainda não haviam sido tomados pela Polícia. O delegado responsável pelo caso não se manifestou sobre o homicídio.

“Ele não tinha envolvimento com drogas”, afirma viúva
Tainara de Souza de Pietro e Paulo Sérgio da Rosa Fontoura se conheceram há 14 meses na cidade de Rosário do Sul, local onde a jovem residia antes de vir para Montenegro. Ambos mudaram-se por que o pedreiro conseguiu trabalho na região do Vale do Caí. Atualmente, o construtor trabalhava próximo à Penitenciária Estadual de Montenegro.
A mulher garante que o homem que escolheu para viver não possuía envolvimento com o tráfico de drogas, tampouco era usuário. “Ele era trabalhador, uma pessoa boa, de bem com a vida”, diz.
O corpo de Paulo foi conduzido para Cacequi, na região da Missões, local onde moram seus familiares e ocorrerá o sepultamento.

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