MONTENEGRO. O trabalho é desenvolvido por detentos da Penitenciária Modulada
A Penitenciária Modulada Estadual de Montenegro Agente Jair Fiorin e a empresa DMT Fábrica e comércio Eireli EPPStar Dream firmaram termo de ação conjunta, no qual a mão de obra prisional da Modulada é utilizada para confecção de fardamentos das tropas das Forças Armadas do Brasil. A iniciativa vem ao encontro do trabalho de humanização que tem sido foco da gestão da penitenciária.
A produção dos fardamentos começou no mês de novembro. A estimativa de confecção é de 100 a 200 unidades por semana, dependendo do modelo solicitado.O planejamento inicial prevê proporcionar, de forma gradual, em 90 dias, a possibilidade de trabalho prisional para 24 pessoas privadas de liberdade.
Segundo a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), as atividades são inicialmente realizadas no pavilhão de trabalho da galeria B, e há chance de aumento no número de pessoas trabalhando nesse local, pois, o mesmo tem capacidade para comportar até 50 trabalhadores. Além disso, caso seja necessário, a penitenciária conta com outros locais para onde a atividade poderá ser expandida.
Para o diretor da Modulada, Edson Neves, o trabalho prisional é fundamental à humanização da pena, e fator de grande importância para o fortalecimento das pessoas que encontram-se privadas de liberdade. “O trabalho prisional auxilia na preparação para um posterior retorno ao convívio em sociedade e na diminuição dos índices de reincidência, além de contribuir para a manutenção da tranquilidade e da segurança no ambiente prisional”, avalia o diretor.
Edson defende que é preciso mudar a forma de pensar, de uma parcela da sociedade, sobre as pessoas privadas de liberdade. “Alguns acham que se a pessoa cometeu algo errado deve ser atirada dentro de uma penitenciária para cumprir sua pena. Se somente isso for feito, ela vai voltar para sociedade em uma condição mais precária de quando entrou no sistema prisional”, comenta.
Outras atividades
Por meio de Protocolo de Ação Conjunta (PAC), detentos também trabalham na fabricação de bolas para uma empresa da região. O Projeto Tecendo Possibilidade emprega outro grupo de indivíduos que costuram peças para vestuário como bombachas e uniformes para detentos de outras instituições prisionais gaúchas.
Grande parte dos apenados em Montenegro realiza algum tipo de atividade, remunerada ou voluntária. Os serviços de manutenção da penitenciária são feitos pelos próprios detentos, acompanhados pela supervisão de policiais penais.
Na cozinha, eles trabalham, divididos em turnos, para preparar mais de 3.600 refeições, mais o café da manhã. A prisão também conta com uma padaria, que fornece pães para todos os apenados.
O trabalho de marcenaria ocupa o tempo daqueles que optaram a se dedicar a confeccionar e restaurar móveis. Além de fabricar camas, que são enviadas para outros estabelecimentos penais do Estado, quando solicitado, os detentos consertam mobílias para entidades diversas.