Mãe presa por morte de filha alega que lesões são por estar acamada muito tempo

JUSTIÇA decretou a prisão preventiva do casal por suspeita de maus-tratos e negligência

O caso da morte de uma menina de 11 anos no último dia de 2023 e a prisão da mãe e padrasto, em Montenegro, segue gerando grande repercussão. A criança foi sepultada na terça-feira, no Cemitério Municipal de Montenegro. No mesmo dia foi realizada audiência de custódia e a Justiça decidiu por manter o casal preso, agora com prisão preventiva. Os dois foram indiciados pela Polícia Civil por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), devido as acusações de maus-tratos e negligência. O inquérito policial foi encaminhado para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM).

Durante participação no programa Estúdio Ibiá, a coordenadora do Conselho Tutelar, Leila Ternes, disse que não tinha nenhuma denúncia anterior envolvendo o casal. A menina que morreu deixou nove irmãos, entre eles três menores de idade, de 14, 8 e 1 ano, os quais estão sob cuidados de familiares. Um dos irmãos, de 8 anos, tem patologias, assim como tinha a criança que veio a falecer. O Conselho Tutelar vem acompanhando a situações dos menores.

DEFESA DA MÃE
A menina deu entrada no Hospital Montenegro (HM Regional) na tarde de domingo e a médica plantonista constatou, preliminarmente, que teriam indícios de negligência e maus-tratos devido lesões em várias partes do corpo. Por isso a mãe, de 42 anos, e o padrasto, de 67 anos, foram encaminhados pela Brigada Militar para a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), ficando detidos à disposição da Justiça. O corpo da menina, que faleceu no final da tarde de domingo, 31 de dezembro, foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) em Porto Alegre, para que a necrópsia possa apontar a causa da morte.

Conforme o advogado André Carús, que defende a mãe da menina, a criança tinha um quadro de hidrocefalia (acúmulo de líquido nas cavidades internas do cérebro), que foi diagnosticado quando ela tinha um ano de idade. Como vivia acamada, sendo alimentada por sonda e dependendo de suporte de oxigênio, alega que apresentava lesões como assaduras e escaras (ferimentos de pele), além de decorrentes da agitação. Ressalta ainda que foi a própria mãe quem levou a menina ao Hospital Montenegro por estar com febre, tendo dado entrada no HM em torno de 15h e vindo a falecer às 17h. Sobre a causa da morte, o advogado aguarda o laudo do IML. E cita que vai pedir a liberdade provisória da mãe, para que possa responder ao processo sem estar presa.

Não foram divulgados nomes da criança que morreu, além da mãe e padrasto presos, para preservar as identidades dos irmãos da vítima.

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