Réu Alexsandro Gunsch está com novos advogados
Foi remarcado para 25 de abril, uma sexta-feira, a partir das 8h da manhã, o júri popular que tem como réu Alexsandro Gunsch, de 49 anos, acusado da morte da personal trainer Débora Michels Rodrigues da Silva, a “Debby”. A nova data foi anunciada pela Justiça após o acusado definir sua defesa. Entre os advogados está o criminalista Ezequiel Vetoretti, que já atuou em outros casos de repercussão, como na defesa do médico Leandro Boldrini, condenado pela morte do filho Bernardo, em Três Passos. Também integram a defesa os advogados Rodrigo Grecellé Vares e Eduardo Vetoretti.
Inicialmente, o julgamento estava marcado para 6 de março, mas acabou sendo adiado porque na noite anterior o réu revogou a procuração para atuação da advogada Daniela Schneider Couto, que lhe defendia desde o início do processo. A juíza, Débora de Souza Vissoni, deu prazo de dez dias para o réu informar seu novo advogado e já projetava a realização do júri em abril. Novos jurados serão sorteados. Na acusação, segue a promotora de justiça Rafaela Hias Moreira Huergo, tendo como assistente a advogada Samanta Dannus.
Os novos defensores emitiram nota confirmando que assumiram o caso na última sexta-feira e que estão em fase de análise dos autos e das provas. “Como é de conhecimento público, trata-se de um processo complexo, que demanda estudo minucioso e cauteloso para que possamos atuar com a técnica e o comprometimento que o caso exige”, declararam.
“Nosso compromisso é garantir que a ampla defesa e o contraditório sejam plenamente respeitados, assegurando que todas as circunstâncias dos fatos sejam devidamente analisadas no tribunal do júri, sem nenhuma forma de prejulgamento”, completam, informando que sobre a estratégia da defesa só irão se manifestar durante o júri, antecipando que os jurados serão instigados a analisar elementos inéditos que só os autos revelam. “Confiamos na seriedade do Poder Judiciário e reafirmamos que nosso trabalho será pautado pelo respeito às instituições, às partes e seus familiares, bem como pela demonstração da verdade, com a observância rigorosa das garantias constitucionais”, conclui a nota.

A acusação
O fisiculturista Alexsandro Gunsch está preso preventivamente a um ano, recolhido na Penitenciária Estadual de Canoas 1. Ele é acusado da morte da então companheira “Debby”, de 30 anos. O crime ocorreu na madrugada de 26 de janeiro de 2024, na localidade de Vendinha, interior de Montenegro, onde o casal residia.
Conforme denúncia do Ministério Público, o réu é acusado de feminicídio, com asfixia mecânica, por motivo torpe e meio cruel, com recurso que dificultou a defesa da vítima, em contexto de violência doméstica e familiar, com incidência na Lei dos Crimes Hediondos. A acusação entende que o crime teria ocorrido de forma premeditada, após o réu ter consumido cocaína e não aceitar o fim do relacionamento, já que o casal estava em processo de separação.
Em depoimento à Polícia, o acusado alegou que teria ocorrido uma briga e que o casal teria trocado agressões. Admitiu ter pego a companheira pelo pescoço, levantando-a e tendo a arremessado contra um guarda-roupas. Foi quando ela teria passado mal e disse que a colocou no carro para levar ao hospital, mas no caminho percebeu que a companheira já estava sem vida e devido ao desespero decidiu deixar o corpo em frente à casa dos pais dela, na calçada da rua do bairro Centenário.
O júri é aguardado com expectativa, sendo um dos casos de maior repercussão em Montenegro, na região e no Estado, nos últimos anos. Familiares, entre eles os pais e irmão da vítima, estavam no Fórum, segurando fotos de Débora, quando da data marcada anteriormente para o julgamento. “Tem que ser feita justiça. É uma angústia de mais de um ano, um pesadelo que vai ficar para sempre para a gente”, declarou o pai, o professor aposentado Davi Rodrigues da Silva, de 71 anos, ao lado da esposa Rosane e do filho Alex Michels.