Família de vítima de tiro na testa autoriza a doação de órgãos

Morador do centro morreu na UTI três semanas após o crime

Após três semanas internado na UTI em estado grave, Cristiano Eduardo de Oliveira, de 39 anos, não resistiu e veio a falecer. Conhecido como “Gago” ou “Gaguinho”, ele foi vítima de um tiro, na altura da testa, durante a madrugada de 29 de outubro, uma terça-feira, quando se encontrava dormindo em sua casa, na Rua Capitão Cruz.

Cristiano chegou a ter uma melhora em seu quadro de saúde. Familiares lembram que ele apertava a mão e mexia os olhos. Entretanto, sua situação se agravou após ter contraído uma pneumonia e acabou não resistindo.

A morte cerebral foi diagnosticada na última terça-feira, 19, em torno de 12h30. A família decidiu autorizar a doação de órgãos, para que pudesse salvar outras vidas. “Ele não viverá mais na nossa família, mas vai viver em várias outras pessoas”, escreveu um familiar. “E tenho certeza que lá de cima estará muito orgulhoso com a nossa decisão. Ele tinha um bom coração, que nos protegia”, completa, enquanto assinava os papeis de autorização para remoção dos órgãos.

Foram doados coração, fígado e os dois rins, que serão utilizados em transplantes. Não foi possível a remoção de pele, córneas e ossos devido a uma infecção, assim como de pulmão, devido ao tempo que se encontrava entubado. “Ele vai ajudar muitas famílias. Em vida, sempre defendeu a doação de órgãos”, recordam os familiares. Após os procedimentos, o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para necropsia, sendo depois liberado para os atos fúnebres. O velório e funeral ocorreram ontem, quinta-feira pela manhã, em Montenegro.

Investigação e prisões

A Polícia Civil segue investigando o crime. Conforme o delegado Marcos Eduardo Pepe, o inquérito policial está em fase final, devendo ser encaminhado ao Judiciário nos próximos dias. Ele lembra que agora os acusados serão indiciados por homicídio doloso consumado (com a intenção de matar) e não mais tentativa. Com isso, em caso de condenação, os acusados recebem uma pena mais elevada.

No dia seguinte ao crime, em ação conjunta com a Brigada Militar e Bombeiros Militares, a Polícia prendeu três suspeitos de envolvimento no caso. Entre os presos estão dois irmãos de 34 e 42 anos, de Montenegro, com vários antecedentes criminais. E mais uma mulher, de 40 anos, residente em Novo Hamburgo. Sobre a motivação, a principal suspeita da Polícia é de relação com o tráfico de drogas.

A arma que teria sido utilizada no homicídio, uma pistola 9 milímetros, também foi localizada. Foram ainda apreendidos dois celulares, que seriam da vítima e foram encaminhados para a perícia, podendo auxiliar na elucidação dos fatos.

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