Detentos do Instituto Penal se formam em curso de Elétrica

O Curso de Eletricista Predial e Residencial ministrado de forma voluntária pelo engenheiro aposentado Florêncio Castilhos da Silva,  aos detentos do regime semi-aberto do Instituto Penal de Montenegro, foi concluído com sucesso. Nessa terça-feira, sete dos 17 apenados inscritos no projeto receberam a certificação de conclusão no curso. A entrega dos diplomas ocorreu na própria instituição prisional e contou com convidados, entre eles representantes das empresas parceiras.

As aulas tiveram início no mês de fevereiro. Florêncio explica que só chegou ao término do curso aquele que realmente mostrou dedicação aos ensinamentos. “O curso é intenso e aquele que ingressa só com a intenção de obter remição de pena acaba não passando nas provas. Existe uma nota mínima, se não for atingida está fora do curso”. Dos 17 inscritos, três acabaram desistindo, sete não conseguiram atingir a compreensão necessária para obter o resultado almejado, já os outros finalizaram o processo com satisfação e esperança em dias melhores, ao retornar a vida em sociedade.
O convite para que Florêncio compartilhasse seus conhecimentos com os detentos partiu do diretor do Instituto Penal, Nairo Resta Ferreira. O engenheiro aposentado, que já havia desenvolvido ação semelhante na Penitenciária Modulada, gostou da ideia e firmou-se a parceria. “O conhecimento deve ser passado para frente. É uma troca que se faz. Eu ensinei a matéria para eles aprenderem uma profissão, e tive uma experiência de vida”, diz Florêncio.

Nairo destaca que a instituição pretende dar continuidade à parceria para o desenvolvimento de novos cursos. O diretor está satisfeito em ver o interesse dos apenados em aprender algo novo, que acrescentará de forma positiva em suas vidas. “Hoje a gente tem sete profissionais preparados para fazer toda a parte elétrica de uma casa”, comenta.

Chance de recomeço
A maior parte dos apenados participantes do curso de elétrica considera essa uma oportunidade para recomeçar a vida, quando terminarem de pagar suas dívidas no sistema prisional. J.C.W. de 58 anos já aproveitou o que aprendeu no curso para ganhar um dinheirinho extra. “Já ganhei um troquinho consertando um microondas. Sempre vai ter um biquinho pra fazer com os colegas e amigos. Gostei muito do curso, foi de suma importância para mim. Até agora, não tinha nenhuma qualificação, só o primeiro grau incompleto”, conta.

“O curso foi bom pra termos mais chances lá fora e não voltar a cometer erros. Não tinha tido a chance de fazer nenhum curso, mas há males que vem para o bem. Ao sair daqui quero mudar a vida e arrumar uma profissão”, diz D.L. de 29 anos.

L. M. de 24 anos já gostava da área, mas não tinha conhecimento técnico. Agora ele está preparado para, quem sabe, conseguir um emprego formal. “Soube que ia ter o curso, me inscrevi e graças a Deus deu certo. O curso é muito bom e o professor não quer saber o que a gente fez de errado, ele nos ajudou em tudo. Na realidade, durante o curso a gente esquecia que estava aqui”, conclui.

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