CASOS relatados entre 2018 e 2022 tramitam em segredo de Justiça
O Ministério Público do Trabalho (MPT/RS) investiga denúncias de assédio sexual e moral, e outros comportamentos impróprios relacionados ao ambiente de trabalho, no Hospital Montenegro 100% SUS. A Ordem Auxiliadora das Senhoras Evangélicas (OASE), entidade mantenedora da casa de saúde, é citada em pelo menos três procedimentos instaurados até agora.
O assunto veio à tona durante reunião na Câmara de Vereadores de Montenegro, nessa segunda-feira, dia 22, para tratar sobre outras questões relacionadas ao HM. Em sua fala, a vereadora Camila Carolina de Oliveira (Republicanos) comentou sobre ter recebido informações referentes a suspeitas de assédio no Hospital. Procurada pela reportagem, a vereadora não quis comentar a manifestação feita horas antes.
O Ibiá obteve informações sobre o caso com órgãos competentes. Conforme o MPT, a primeira denúncia é datada de 2018. Em março de 2022, outros dois casos chegaram ao órgão. O MPT informa que, na atual fase desses procedimentos, qualquer outro dado está sob segredo de Justiça. Pelo mesmo motivo, a procuradora responsável também não pode dar declarações.
A delegada Cleusa Spinato, responsável pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) de Montenegro, confirma ter recebido registro de ocorrências. As denúncias à Polícia Civil foram realizadas no começo de 2022. Contudo, a delegada não dá detalhes para não atrapalhar o inquérito que está em andamento. “Não vou divulgar nada para não prejudicar as investigações”, diz a delegada.
Segundo apurado pela reportagem do Ibiá, além das denúncias formalizadas, outras duas ainda não haveriam sido relatadas à Polícia. Entre as acusações das vítimas, estão situações constrangedoras causadas por frases com duplo sentido, olhares e comentários sobre roupas, envio de mensagens com elogios à beleza das colaboradoras e outros. Uma funcionária teria se demitido após ser assediada.
Outra acredita ter sido demitida por ter denunciado o fato dentro do próprio hospital.
Até o fechamento da matéria, não houve manifestação da OASE sobre os fatos relatados acima.