VÍTIMA de acidente sonhava ser pai e era apaixonada por cavalos
O motoboy Rui Gabriel Kleinschmitt, de 20 anos, foi sepultado na manhã dessa quinta-feira, 11, no Cemitério Municipal de Montenegro. O jovem faleceu, no HPS de Canoas, na noite de terça-feira, 9, em razão de complicações causadas por um grave acidente de trânsito ocorrido, no bairro Zootecnia, na noite de 31 de outubro. O rapaz havia se tornado pai um dia antes do acidente. O condutor da caminhonete Fiat Strada envolvido na colisão fugiu a pé, deixando o veículo no local, sem prestar socorro. Em meio a dor da saudade, amigos e familiares pedem por justiça.
A partida precoce de Rui Gabriel ainda está sendo assimilada pela família. Procurados pela reportagem, os familiares disseram não estarem em condições de se manifestar. No Facebook, a esposa dele, Rafaela Martins, fez seu desabafo. “Eu não consigo acreditar que isso aconteceu, minha ficha não caiu ainda. Tínhamos tantos planos com nossa nenê. Nunca vou esquecer o dia que você (Rui Gabriel) conheceu nossa filha, ficou tão feliz, era teu sonho ter nossa filha nos teus braços”, escreveu a jovem.
Rui trabalhava em uma pizzaria. Na quarta-feira, o estabelecimento suspendeu o expediente em luto pelo colaborador. “Ele estava trabalhando para trazer sustento à nossa família, quando um irresponsável cortou a frente e deixou ele em estado grave, e nem se propôs a chamar ajuda antes de fugir”, relatou Rafaela na rede social. Informações extra-oficiais dão conta de que já é de conhecimento da família a identidade do condutor. Contudo, a Polícia Civil informa que não se manifestará sobre o caso, para não atrapalhar o andamento da investigação.
Em Montenegro, a morte do jovem mexeu com os sentimentos de muitas pessoas, entre elas está Diandra Lopes. Os filhos dela Jones Cezar Lopes e Lucas Garcia Willers tinham uma forte relação de amizade com Rui Gabriel. A união dos três fez com que ela também passasse a nutrir carinho por Rui. A paixão por cavalos aproximou Rui e Jones e logo a amizade se estendeu entre os demais membros da família. “Eles foram crescendo e a amizade se tornando mais sólida, os três estavam sempre juntos”, lembra Diandra.
Diandra comenta que Rui era o mais calmo do grupo conhecido como “os três mosqueteiros”. “Apesar de sempre muito sério e jeito de brabo, era um guri de um coração muito bom”, recorda-se sobre a personalidade do amigo.
“O sonho dele era ser pai. Além de perder ele, dói saber que teve apenas um tempo tão curto para ficar com o maior presente que Deus havia lhe dado”, lamenta Diandra. “Queremos que a justiça seja feita, o culpado precisa pagar pelo que fez. Hoje foi o Rui, amanhã se continuar impune pode fazer outra vítima. Precisamos como sociedade nos unir e juntos buscar pela tão esperada justiça”, pontua a amiga do rapaz.