Após 35 anos de carreira militar, Bessi vai para a reserva e pretende se dedicar à literatura
Oscar Bessi Filho é natural de Porto Alegre, mas já mora em Montenegro desde 1979, quando tinha 9 anos. Em 1990 ingressou na carreira militar, seguindo o caminho do pai, que foi tenente-coronel, mesma patente a qual foi promovido no último dia 30 de dezembro. “Fiquei muito contente com a promoção. Tem um significado especial quando a gente tem toda uma trajetória na instituição, buscando trabalhar para a comunidade. É um reconhecimento do Comando da Brigada Militar, premiando por uma jornada de uma vida inteira”, comemora.
Em postagem, cita o momento que soube da promoção, através da enteada, que estava de serviço numa viatura na rua. Depois ligou o comandante-geral da Brigada, coronel Cláudio dos Santos Feoli, para dar as felicitações. Sem segurar as lágrimas, diz que não dormiu naquela noite. “Um filme passava insistentemente pela cabeça”, conta, lembrando o enfrentamento de criminosos em tiroteios, a morte de colega, o nascimento dos filhos e tantos outros. Recordou também os problemas de saúde. “Beirando os 30 anos de serviço meu pulmão quase me condenou a pendurar as chuteiras como capitão, não chegando a major”, completa, agradecendo o apoio da família, colegas de farda e ao comando da BM. “Minha caminhada sempre foi movida por um sonho de justiça”, afirma.
Bessi começou como cadete na Capital. Trabalhou depois em Alvorada e Canoas. Em 2005 retornou para Montenegro, já como capitão, comandando o policiamento. Atuou também como comandante em São Sebastião do Caí por 7 anos. Sempre foi muito admirado pelos soldados por ir à linha de frente, acompanhando as patrulhas nas viaturas. “A minha escola de policiamento é de ir para as ruas. Brinco que gostaria de me despedir da carreira tirando um turno de serviço de noite. Sempre gostei”, relata.
Em 2021 Oscar Bessi foi promovido a major, quando assumiu o comando do 27º BPM, em São Sebastião do Caí. Atuou também como chefe do setor de comunicação da Brigada no Estado. E em outubro de 2022 voltou para Montenegro para assumir o comando da Escola de Formação e Especialização de Soldados (EsFES). Enfrentou enchentes, inclusive a grande inundação do último mês de maio, que quase fechou a escola da Brigada em definitivo. “Fizemos um bom plano de evacuação e graças ao apoio da comunidade, recuperamos a estrutura”, diz, ressaltando que a EsFES está em plena atividade, com cerca de 300 alunos-soldados em curso, além de serem ministradas outras capacitações.
Retomar a literatura
Chegando aos 35 anos de farda, Oscar Bessi Filho terá de ir para a reserva remunerada. É a aposentadoria do policial, com o afastamento do serviço ativo, mas seguindo à disposição em caso de convocação. Sobre “pendurar os coturnos” em fevereiro deste ano, Bessi projeta retomar a atividade literária. “Faz dez anos que não publico livros. Procurei priorizar o meu trabalho na Brigada”, frisa. Lembra que chegou a lançar 14 livros, além de escrever colunas em jornais e crônicas, com base no trabalho policial. Já foi inclusive patrono da Feira do livro em Montenegro, Caí e outras cidades, além de proferir palestras e sessões de autógrafos em diversos Estados. Além do retorno à cena literária, Bessi também analisa outros projetos. “Estou analisando convites para atuação em outros campos”, completa.
Oscar Bessi já foi candidato a vice-prefeito de Montenegro e não descarta voltar à política. A esposa Josi Paz voltou a ser vereadora neste ano e é uma das principais incentivadoras quanto ao marido atuar na esfera pública. “Vamos avaliar bem”, conclui o agora tenente-coronel Oscar Bessi Filho.