Depois de iniciar 2022 com um caso a menos em janeiro, na comparação com o primeiro mês de 2021, os feminicídios voltaram a subir em fevereiro. Subiu de seis, no ano passado, para nove vítimas (50%) neste ano, o número de mulheres assassinadas em razão do gênero no Rio Grande do Sul. Com isso, o acumulado do bimestre também fica em alta, com dois casos a mais, de 17 para 19 (11,8%). Os dados são da Secretaria de Segurança Pública do RS.
O perfil das vítimas reforça, mais uma vez, a urgência de conscientização entre a população quanto à necessidade de levar à polícia qualquer caso de abuso contra as mulheres tão logo se tenha conhecimento do fato e seja qual for a gravidade aparente.
Entre as nove vítimas de feminicídio, quatro tinham algum registro de ocorrência anterior contra o autor do feminicídio. Outras cinco acabaram mortas sob o manto do silêncio social que impede milhares de mulheres de darem o primeiro passo para romper o ciclo de violência.
Em 2021 Montenegro não registrou feminicídios consumados. Contudo, houve uma tentativa. Para a delegada responsável pela Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher (Deam), do Vale do Caí, Cleusa Spinato, o primeiro passo para evitar a tragédia é denunciar a violência sofrida. “Nós temos a Lei Maria da Penha, que permite mecanismos de proteção. A pessoa faz o registro e solicita as medidas protetivas de urgência, tais como, o afastamento do agressor do lar, a proibição de entrar em contato com a vítima.”, explica a delegada.
A delegada enfatiza ainda que, sendo a medida protetiva deferida pelo judiciário, o agressor é obrigado a cumprir as condutas que foram determinadas. “Se ele não cumprir pode ser preso, tanto em flagrante delito ou através da decretação de prisão preventiva”. Para que essas mulheres sejam abrangidas pela proteção da Lei Maria da Penha, e evitar que a tragédia ocorra, o caminho sempre é a denuncia. Não se deve esperar que aconteça o pior”, conclui a delegada. (CA)