Aglomerações noturnas perturbam moradores no Centro

IGNORANDO regras de prevenção à Covid-19 jovens e adultos consomem álcool e drogas no local

Moradores da rua Osvaldo Aranha, no Centro de Montenegro, não conseguem dormir diante da bagunça registrada na quadra do Comercial Top Center. Grupos de pessoas, formados por jovens e adultos, se aglomeram de segunda a segunda em encontros que colocam suas próprias vidas em risco e perturbam o sossego de quem precisa descansar para trabalhar no dia seguinte.

O problema é antigo e não diminuiu durante a pandemia. Os encontros no local começam cedo e se estendem pela madrugada. Por vezes, ultrapassam o breu e terminam somente quando as lojas estão prestes a começar o expediente. “Na terça-feira, acho que dormi três horas. Eles ficaram das 23h30min até as 6h30min”, relata Tito Fauth, morador da quadra.

Os “visitantes” noturnos promovem poluição sonora e de resíduos

Tito reside no local há dois anos. Segundo ele, os encontros ocorriam mais durante os finais de semana, mas, com a chegada da pandemia, as reuniões passaram a ser mais frequentes – contrariando as regras de distanciamento social. “Antes era só nos finais de semana, depois nas terças e quartas, agora é de segunda a segunda. Eles se reúnem sem máscaras, bebem, fumam. Eles não respeitam o que está acontecendo na sociedade”, observa Tito.

Há 26 anos, o empresário Gilberto Metz possui uma loja no Top Center. Ele conhece bem a queixa de Tito e de tantos outros cidadãos que por ali moram. Como lojista, Gilberto está acostumado a chegar para trabalhar e encontrar bitucas de cigarros, copos plásticos e outros materiais que são deixados pelos “visitantes” noturnos. Sem falar naqueles que usam o local como banheiros.

Depredação também é marca registrada
Além do barulho provocado, da irresponsabilidade em promover aglomerações e de não recolher o próprio lixo, ainda há quem estrague o patrimônio alheio. No Top Center, as lâmpadas são o principal alvo de quem quer se esconder no escuro para escapar dos olhos da polícia. Os vândalos quebram luminárias, arrancam fios dos postes e quando não há mais como “se divertir” por ali, caminham, poucos metros, e atacam o prédio da Igreja Episcopal Anglicana.

A pichação de paredes é marca registrada. Chega a ter uma sobre outra. Segundo informações extra-oficiais, a direção da Igreja cogita a possibilidade de colocar grades na volta do prédio para conter os ataques.

A Igreja já foi alvo de pichação por mais de uma vez

O que pode ser feito
A bagunça no Top Center foi tema de uma reunião proposta pelo vereador Talis Ferreira (PP), no ano de 2018. Conforme o vereador, na época a Brigada Militar e a Guarda Municipal intensificaram as rondas no local e isso teria amenizado o problema.

“Eu não tinha relatos de que o problema teria voltado. Vou fazer uma nova reunião. Novamente, conversar com a Brigada Militar e com a Guarda Municipal, para ver qual procedimento pode ser adotado”, promete Talis. Enquanto a reunião não é realizada, o vereador informa que encaminhará um ofício ao 5º Batalhão da Polícia Militar solicitando o aumento de rondas noturnas naquela região.
De acordo com o chefe da Guarda Municipal, José Carlos Machado da Rosa, a primeira reclamação formal de aglomeração e perturbações no local foi registrada nessa quarta-feira. A partir de então, a Guarda tem aumentado a fiscalização no local, sobretudo à noite. Em caso de confirmação de aglomeração, as pessoas serão orientadas a dispersarem. Havendo resistência, a Brigada Militar será acionada.

O comandante do 5º BPM, tenente-coronel Rogério Pereira Martins, informa que serão analisadas medidas preventivas a serem direcionadas para esse local. Ele também destaca o trabalho de combate às aglomerações que vem sendo realizado na cidade. “A Brigada disponibiliza o telefone de emergência “190”, que hoje já recebe uma demanda grande de chamados envolvendo, principalmente, aglomerações de pessoas”, pontua.

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