EM DEFESA de colega lesionado, eles “capturaram” motorista e pedem respeito
Essa poderia ser mais uma daquelas notícias que relatam acidente de trânsito provocado por condutor, que foge do local sem prestar socorro. Mas não é. Isso, porque ao saber da colisão entre um Fiat Pálio e a motocicleta de um motoboy, um grupo formado por mais de 15 motociclistas se uniu para procurar o suspeito de causar a colisão registrada na rua Álvaro de Moraes, logo após ao Clube Caça e Pesca, em Montenegro, na noite desse domingo, 22.
O acidente ocorreu por volta das 20h30min, o motoboy Igor da Silva Saldanha, de 21 anos, retornava para a pizzaria onde presta serviços como entregador, quando na curva se deparou com o automóvel, sem tempo para desviar. A colisão frontal resultou em fraturas e perdas parciais de consciência. Enquanto Igor aguardava socorro, o condutor do Pálio – que não teve o nome divulgado – deixou o local.
Quando a notícia chegou a um grupo de botoboys, do qual a vítima é membro, houve mobilização para tentar localizar o suspeito. Uma testemunha deu detalhes físicos e sobre a roupa usada pelo motorista. Depois de cerca de 35min, o homem foi encontrado próximo ao parque de diversões instalado na rua Dr. Bruno de Andrade, na volta do morro São João, descalço e sujo de lama. A Brigada Militar foi acionada e o sujeito, foi encaminhado até a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA).
A Polícia Civil relata que o homem não apresentava sinais de embriaguez, informação essa que é rebatida pelos motoboys envolvidos na busca. Não foi informado se o condutor passou pelo teste do etilômetro. Sem flagrante, o homem foi liberado.
Igor teve fratura exposta, com perda de osso e tecido. Ele passou por cirurgia, no Hospital Montenegro (100%SUS), e dentro de alguns dias deve ser submetido a novos procedimentos, como colocação de placa de titânio, entre outros.
Protesto de motociclistas pede por respeito no trânsito
Ao meio-dia dessa segunda-feira, 23, motoboys se deslocaram pela rua Ramiro Barcelos, no Centro, em forma de protesto ao desrespeito no trânsito. “Já tivemos outras situações de motoboys serem derrubados, se machucarem, terem suas motos quebradas e o cara se mandar sem socorrer. Sempre colocam a culpa no motoboy, mas não se pode generalizar”, diz Luís Ferreira (o Luís Tchê).
O grupo está preocupado com colega. Tchê, Rafael Maciel e outros motoboys já planejam como ajudar o colega de profissão acidentado nesse domingo. “Ele vai ficar muito tempo sem poder trabalhar. Além de machucado, ficou sem a moto que usa para fazer as entregas”, acrescenta Luís.
Nos próximos dias, o grupo irá divulgar a data e o local para realização de um pedágio solidário. Além disso, existe ainda a possibilidade de fazer uma Vakinha on-line.
