Interior. Estado visa atender uma das principais demandas do setor produtivo
O Rio Grande do Sul passará a contar com as Delegacias de Polícia Especializadas na Repressão aos Crimes Rurais e de Abigeato (Decrabs). O decreto foi assinado ontem pelo governador José Ivo Sartori, criando essas unidades que terão como sedes principais os municípios de Bagé, Camaquã e Santiago. As sedes complementares serão em Cruz Alta e Rosário do Sul.
Assim, o Estado deve atender uma das principais demandas do setor produtivo gaúcho, em especial o abate e roubo de gado (abigeato). A escolha das sedes partiu de uma decisão técnica da chefia da Polícia Civil (PC). As delegacias ficarão subordinadas ao Departamento de Polícia do Interior (DPI) e atuarão, também, a partir da utilização de bases itinerantes nas operações realizadas em todo o Estado.
Existe a expectativa que o Vale do Caí possa contar com operações pontuais na sua Zona Rural. As unidades irão exercer as atividades de polícia judiciária ligadas aos crimes de abigeato e demais crimes patrimoniais relacionados à atividade rural. Especialmente, se debruçarão sobre aqueles que tenham por objeto material insumos, defensivos e maquinários agrícolas.
“Segurança não é só para quem vive na cidade. É, também, para quem vive no interior”, salientou o secretário da Segurança Pública, Cezar Schirmer. Ele destacou ainda que o abigeato, assim como os demais crimes típicos do campo, afetam diretamente todo o setor primário. Existe ainda uma preocupação com a saúde pública, devido a venda irregular de produtos sem controle sanitário.
O governo defende que o aporte dos novos servidores na Segurança permitiu que essa iniciativa fosse tirada do papel. As delegacias se somarão aos outros esforços já desenvolvidos pela Polícia Civil e às patrulhas rurais da Brigada Militar (BM), atuando de forma sistêmica e muito mais abrangente. O chefe de Polícia, delegado Emerson Wendt, lembra que entre a criação e a instalação haverá um período de estruturação.
O trabalho será articulado com as entidades e interessados do meio rural (sindicatos, federações e associações de produtores), no mesmo modelo da Delegacia de Repressão aos Crimes contra Concessionárias de Serviços Delegados. As entidades já podem iniciar os contatos. “O que pretendemos fazer é a interlocução com as entidades do setor primário. Nesse meio tempo segue a atuação da Força Tarefa do Abigeato”, assegurou.
Estatística do crime
Em 2017, os casos de abigeato registram queda de 23,5%. Foram 3.958 ocorrências no primeiro semestre, contra 5.171 no mesmo período de 2016