Unisc Montenegro lança projeto “Quem é meu pai?”

Ação visa buscar pais de crianças que não tenham registro paterno em seus documentos

O curso de Direito da Unisc de Montenegro, sob coordenação de Karina Meneghetti, lançou, na manhã de ontem, 8, o projeto “Quem é meu pai?”. Ele tem apoio do Ministério Público e durante a reunião de lançamento a promotora Rafaela Hiaas Moreira Huergo também esteve presente para explicar o intuito principal: a busca pelos pais das crianças que não têm uma figura paterna em seu registro. Em Montenegro foram listadas 164 crianças nesta condição em 2020. Em todo o Brasil, mais de 5 milhões de crianças e adolescentes não têm o pai biológico nos registros.

“Toda criança tem o direto de saber sua origem genética”. É o que diz Karina, que explica que o projeto se volta principalmente a olhar pelas crianças. “O benefício maior deste projeto é dar um pai para as crianças que, muitas vezes, esperam por anos”, pontua. Ela ainda reitera que durante o processo de conversa sobre o assunto tão delicado, apenas os maiores participam.

Ainda na manhã de ontem foram chamadas mães ou responsáveis mapeadas para uma conversa. “Falamos sobre a importância do nome paterno no registro. Isso porque ninguém tem como ser mãe e pai sozinha sem abrir mão de algo. Nosso trabalho é de conscientização das mães. Pedimos para que elas tragam até nós o possível nome do genitor”, afirma.

O projeto, que já está funcionando em Capão da Canoa, traz alguns dados importantes. Karina destaca que 70% dos pais que vêem os filhos os reconhecem e que apenas 30% não sabem da própria paternidade e optam por fazer ou não o DNA que sai de maneira gratuita dentro do projeto. Caso o pai reconheça o filho e aceite colocar seu nome na nova certidão, são tomadas as devidas providências e encaminhamentos para refazê-la. Já se o pai aceita fazer o DNA e o resultado é positivo, ocorre o reconhecimento de paternidade e logo também a emissão de nova certidão de nascimento do jovem. Assim também ocorrerá em Montenegro.

Ainda, mais dados de Capão da Canoa apontam que são raros os testes de DNA que dão negativo e que a maioria das mães não quer os pais de volta na vida dos filhos, por isso, ocorre o trabalho de tentativa de conscientização destas mães.

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