Projeto de funcionários da Caixa incentiva a leitura

O encerramento do primeiro ano ocorreu ontem, em um encontro com os escritores trabalhados pelos estudantes

O primeiro ano do projeto “O primeiro livro de minha biblioteca” culminou no encontro entre autores e leitores. A iniciativa – desenvolvida pela Organização Não Governamental Moradia e Cidadania, que agrega funcionários da Caixa Econômica Federal – consistiu na doação de livros para os alunos do primeiro ao quarto anos do Ensino Fundamental da Escola Esperança. Os pequenos trabalharam com as professoras em cima da leitura de duas obras e ontem tiveram a chance de conhecer seus autores.

Atentos, os alunos da Esperança escutavam a fala dos autores dos livros

O livro “Além do Grande Quadro – o Caminho do Coração”, de Marelise Griebeler, foi doado e trabalhado pelos alunos de 3º e do 4º anos. Já “Parque Di Versos”, de Carlos Leser, foi o título das turmas do 1º e do 2º. Ontem, ambos estiveram na escola, ansiosos por conhecer os novos leitores. Os dois são autores montenegrinos. “Tem coisas que acontecem com o livro que o escritor não pensou e são vocês que descobrem”, disse Carlos aos alunos, no momento da abertura. Marelise complementou: “é por isso que eu estou muito feliz de estar aqui, para ver o que vocês descobriram. Esse caminho é muito bonito.”

As atividades duraram todo o dia. Após uma cerimônia de abertura, que contou com a participação do funcionário da Caixa e organizador do projeto, Pedro Stiehl, Marelise conduziu os alunos em uma troca de experiências de leitura, falando um pouco de sua obra e conhecendo os trabalhos desenvolvidos pelas crianças em cima dela. Carlos, com as turmas mais jovens, teve um momento parecido no turno da tarde. “É uma proposta para desejar a leitura”, frisou o diretor da Escola Esperança, César Machado de Amaral.

O primeiro de muitos livros da minha biblioteca

Marelise Griebeler foi entrevistada por duas de suas pequenas leitoras para o canal da turma no YouTube

Incentivar, ainda na infância, que a leitura aconteça e seja difundida dentro de casa é o grande intuito do projeto. Com a doação da obra – muito provavelmente a primeira, de fato, a ser possuída pela criança – os organizadores querem não só formar um único leitor, mas também formar um fomentador da leitura dentro de seu lar e de sua comunidade. “Talvez seja o início de algo muito bonito”, avalia o escritor Carlos Leser.

“A biblioteca de casa é muito mais importante do que a da escola. Tu vai ler o livro quando tu quiser e quando a tua família quiser”, frisa Pedro Stiehl. De acordo com ele, tirar a leitura da escola e levar para dentro de casa é uma forma de “inverter a pirâmide”, onde é o pequeno que, motivado, também incentiva o adulto à prática. “Eles vão envolver mais gente na leitura e esse é o grande encantamento”, complementa Leser.

Na manhã de ontem, como parte das atividades, os alunos do 3º e do 4º anos gravaram uma entrevista com a autora Marelise Griebeler para posterior postagem no perfil da turma no YouTube. Tirando dúvidas e matando curiosidades, os estudantes puderam ter, na autora, mais um reforço neste incentivo que é o grande foco do projeto.

Questionada sobre os atrativos da profissão que escolheu, ela colocou, apaixonada: “ser escritor é ficar semeando ideias e vê-las florescendo. Agora eu estou curtindo esse florescer e isso é ótimo.”

Participantes se transformam em multiplicadores da leitura
A ONG Moradia e Cidadania já financiou diversos projetos com foco nas áreas mais carentes da sociedade brasileira. Trazida para Montenegro, com o esforço dos funcionários da Caixa, a missão tomou forma com “O primeiro livro de minha biblioteca” dentro da escola da comunidade da Esperança. A doação dos livros foi toda financiada pela ONG e os funcionários da agência.

“A gente espera que vocês, crianças, levem o livro pra casa, coloquem lá na sua estantezinha e incentivem seus primos e seus pais a lerem”, colocou Pedro Stiehl, o organizador do projeto, durante sua fala na abertura dos trabalhos ontem. Também escritor, ele parabenizou a Escola Esperança e seu corpo docente pelo engajamento com a proposta e reforçou sobre a importância e a necessidade de que o incentivo à leitura siga sendo repassado de pessoa para pessoa.

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