“Partiu Trabalhar” incentiva jovens a pensarem na carreira desde cedo

Projeto está sendo aplicado nas Turmas de Aceleração da EMEF Dr. Walter Belian

A união de duas professoras na Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. Walter Belian está buscando conscientizar estudantes sobre a importância de pensar na carreira desde cedo. O projeto “Partiu Trabalhar” foi concebido pelas educadoras Gina Samanta Oliva, de Artes, e Priscila Garcia da Silva Wallauer, professora de referência, para construir uma resposta mais embasada à tradicional pergunta: “o que você quer ser quando crescer?”
O trabalho é aplicado na Turma de Aceleração da instituição. Iniciativa da rede municipal de ensino, a classe reúne alunos com distorção de idade, objetivando a reversão dos quadros de repetência e evasão escolar. Juntos aos alunos com idade de Ensino Médio, entre 15 e 17 anos, mas ainda cursando o Ensino Fundamental, a dupla de professoras primeiro quis saber com o que eles sonhavam e, então, viram a necessidade de iniciar o projeto.

“Do trabalho sobre os sonhos que nós fizemos no ano passado, nós buscamos trazer eles mais para a realidade”, explica a profe Priscila. “Para que eles pudessem elaborar estratégias para alcançar aquele sonho e que se preparassem para que, se encontrassem uma pedra no caminho, tivessem um plano B e um plano C.”

Foi um trabalho inicial para mostrar aos muitos rapazes que queriam ser jogadores de futebol, por exemplo, os caminhos para tanto; também evidenciando que, caso as coisas não dêem certo no “plano A”, eles ainda podem seguir carreira parecida como professor de Educação Física ou até abrir uma escolinha de futebol.

“É ampliar essa visão de mundo do trabalho e os estudos”, adiciona a educadora. “Já saber, então, onde eu vou fazer o Ensino Médio, o que é um curso técnico, que escolas de Montenegro oferecem qualificações, se, talvez, o caminho é trabalhar de dia e estudar de noite…”

Gina Samanta Oliva, de Artes, e Priscila Garcia da Silva Wallauer, professora de referência, deram início ao projeto com a turma

CASO A CASO

Tudo isso vem sendo conduzido com muito diálogo, troca de experiências e até com a visita de profissionais que já estão no mercado em áreas almejadas para que dividam suas percepções. “O jovem, hoje, tem muitas possibilidades, mas é tudo muito raso”, coloca a professora Gina. “Às vezes, pensam em ser médico, por exemplo, mas chegam lá na faculdade e acabam vendo que não é o que eles querem”.

Nesse trabalho de sensibilização e embasamento, cada caso é visto pelas educadoras como único. E desse contato, já começa o necessário planejamento. “Uma das alunas quer ser bióloga marinha”, exemplifica Priscila. “Então, nós fomos ver onde é que tinha esse curso. Se é pago, aí fomos pensar como é que o curso vai ser pago. O caminho é começar a trabalhar? É fazer um Menor Aprendiz? Também teria a opção de ir para a Universidade Federal, em Pelotas. Aí quais são os caminhos para que eu me mantenha, morando lá?”.

E assim a dupla tem feito neste semestre, trazendo os sonhos para a realidade de cada um, mostrando caminhos e possibilidades. “Muitos vêm de famílias com dificuldade de organização à longo prazo, então eles precisam ter, na escola, essa organização. Alguns já começaram a pensar no plano B”, destaca Gina, orgulhosa da iniciativa. As Turmas de Aceleração são um ciclo de dois anos para o “nivelamento” dos estudantes no Fundamental até a passagem ao Ensino Médio.

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