INSTITUIÇÕES estaduais estavam sob a ameaça de serem excluídas do programa
O Escola Aberta para a Cidadania é um programa do governo estadual. Ele destina recursos para as instituições de ensino contempladas para que elas abram durante os finais de semana e ofereçam diferentes atividades e oficinas para alunos e a comunidade em geral. Em Montenegro, Polivalente, Ciep, José Garibaldi e Dr. Jorge Guilherme Moojen estão entre as escolas contempladas. Mas duas delas passaram por momentos de tensão nos últimos dias. Moojen e José Garibaldi ficaram sob a ameaça de serem excluídas do projeto.
Com o convênio encerrado em 6 de novembro, as diretoras de ambas receberam documento do Departamento Pedagógico da Secretaria de Educação que decretava o fim do Escola Aberta em suas escolas. Não só delas, aliás, mas de todo o lote que as contemplava, num total de 36 instituições de ensino pelo Rio Grande do Sul. A justificativa era o corte de gastos para a aplicação em outros fins. Conforme a diretora do Moojen, Simone Nunes, são R$ 16 mil ao ano pagos para cada colégio com a finalidade de manter o programa. O valor para a renovação já estava até previsto no orçamento.
“Não é que está faltando esse recurso. Ele já está no planejamento. Ou seja, o governo estaria tirando da nossa escola para mandar o dinheiro para outro lugar”, lamenta a dirigente. Simone não ficou calada. Buscou até a Câmara de Vereadores de Montenegro pedindo auxílio para manter o Escola Aberta em funcionamento. Em sua instituição, no bairro Zootecnia, o projeto mantém a banda escolar e oferece aulas de informática, de violão, futebol e vôlei. A instituição se torna um espaço de lazer para os moradores, que vivem longe do Centro e do Parque Centenário.
“Parece pouco. Às vezes, a gente tem aqui na escola só doze alunos. Quando tem muita chuva, tem um só, mas esse um vem de uma família de alta vulnerabilidade social”, defende a diretora. Na Câmara, o apela rendeu uma moção, assinada por todos os vereadores, pedindo a sensibilização da secretaria estadual. “Foi para mostrar que a comunidade também reconhece o valor daquele programa”, explica Simone. O documento do Legislativo foi entregue à Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa por uma comitiva liderada pela vereadora Josi Paz (PSB).
De lá, o grupo conseguiu uma reunião com a secretaria de Educação e a pressão conjunta deu resultado. Nesta semana, a pasta informou que está garantida a manutenção do Escola Aberta para a Cidadania, não só para as duas escolas montenegrinas, mas para todas as presentes no lote sob o risco de exclusão. “Na luta, sem união e muita dedicação, não há vitória”, comemorou a vereadora Josi nas redes sociais, ao anunciar a conquista. A reportagem contatou a secretaria de Educação, que se limitou a dizer que não prevê cortes no programa.