Mais de 10 escolas da Rede Estadual com falta de professores na região

Prejuízo no ensino é sentido pelas instituições sem o quadro de profissionais completo

As escolas da Rede Estadual de Ensino em Montenegro e nos municípios da região iniciaram o ano letivo mais uma vez com falta de profissionais, o que tem prejudicado diretamente o andamento das atividades pedagógicas e a qualidade do ensino oferecido aos estudantes. Em diversas instituições de ensino, tanto da zona urbana quanto rural, faltam desde professores para disciplinas específicas até profissionais de apoio, como merendeiras e funcionários de limpeza.

O Colégio Estadual Ivo Bühler, no bairro Senai, está sem professor para a carga de 40 horas semanais de Matemática, afetando diretamente o ensino de centenas de alunos da instituição.

A situação também se repete na EEEF Cel Janúario Corrêa, no bairro São João, que está com uma deficiência no quadro de professores de Linguagens, impactando o ensino de diversas turmas. Da mesma forma, a EEEF Dr. Jorge Guilherme Moojen, localizada no bairro Zootecnia, enfrenta a falta de dois professores para os anos iniciais do ensino fundamental, além da carência de uma funcionária para o setor de limpeza.

Na EEEF José Garibaldi, na localidade de Porto Garibaldi, também há dificuldades para preencher vagas essenciais. A escola precisa de cinco períodos de Língua Portuguesa para o 6º ano, professor de Matemática para as quatro turmas do 6º ao 9º ano, além de professor para a turma multisseriada de 4º e 5º anos. Para agravar ainda mais a situação, a escola também está sem supervisor escolar desde outubro do ano passado, o que sobrecarrega a gestão escolar. A diretora, Amanda Torteli, conta que juntamente com a orientadora educacional, tem tentado atender a essas demandas, mas isso tem prejudicado a organização pedagógica e a qualidade do ensino.

Já a EEEM Adão Martini, na localidade de Vendinha, sofre com a falta de merendeira, pessoal de limpeza, supervisão e orientação para o turno noturno, além de um secretário também para o noturno. A diretora, Anne Priscilla Nunes Maciel, destaca que essas carências impactam não apenas o aprendizado, mas também o bem-estar dos estudantes e a gestão escolar, que tem tentado se ajustar a escassez de recursos humanos.

Na EET São João Batista, no Centro, a ausência de um professor de Matemática no turno da noite e a carência de três merendeiras impactam a rotina da instituição. No bairro Germano Henke, a EEEF junto ao Núcleo Habitacional Promorar necessita de uma secretária para 20 horas semanais. Já na EEEF Tanac, no bairro Tanac, há falta de vice-direção e de um profissional terceirizado para a limpeza, pois o afastamento por licença médica deixou a escola sem esse serviço na última semana. No Colégio Estadual Dr. Paulo Ribeiro Campos, o Polivalente, no bairro Timbaúva, há uma necessidade de 38 horas para a área de Linguagens, abrangendo disciplinas como Língua Portuguesa, Redação e Escrita Criativa, tanto no turno da manhã quanto no da noite.

Por outro lado, algumas escolas possuem quadro de profissionais completo, como é o caso da EEEF Yara Ferraz Gaia, no bairro Timbaúva, e da EEEF Manoel de Souza Moraes, no bairro Progresso. Também não há falta de profissionais no Colégio Estadual A J Renner, no bairro Rui Barbosa, e na EEEF Aurélio Porto, no Centro. Na EEEF Delfina Dias Ferraz, no Centro, há falta de professor de ciências, que deve assumir nos próximos dias, conforme a direção da instituição. A reportagem não com conseguiu contato com a EEEF Adelaide Sá Brito, EEEF Cel Álvaro de Moraes e EEEF Osvaldo Brochier.

Na EET São João Batista faltam de três merendeiras
Na EET São João Batista, falta de três merendeiras impacta a rotina da instituição. CRÉDITO: arquivo Ibiá

Problema se repete na região

Em Maratá, o Colégio Estadual Engenheiro Paulo Chaves também tem enfrentado sérios problemas com a falta de profissionais. A diretora, Cristiane Huebner Ferreira, relatou que a instituição está com falta de professor de Português, duas merendeiras, dois funcionários de limpeza, supervisor escolar e até mesmo de vice-direção.

Cristiane também destacou a situação vivida pelos alunos do Ensino Médio noturno, que, devido à jornada de trabalho, muitas vezes chegam à escola sem jantar e precisam se contentar com uma merenda adaptada pela falta de merendeira. A diretora também mencionou que a gestão anterior fez diversos pedidos à 2ª CRE ao longo de 2024, solicitando os profissionais necessários, mas, até o momento, a falta de recursos humanos persiste.

Em Brochier, a EEEM Erni Oscar Fauth enfrenta a falta de professores de Biologia e Matemática para o Ensino Médio noturno, com um total de 22 horas semanais em aberto. Já a EEEM São Francisco de Assis, em Pareci Novo, tem seu quadro completo, assim como a EEEM São José do Maratá, no município de São José do Sul.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria Estadual de Educação para questionar a falta de professores e outros profissionais nas escolas da Rede Estadual de Montenegro e da região, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

O que diz a Seduc

Sobre a gestão do quadro de recursos humanos nas escolas estaduais, a Seduc informou que realiza monitoramento diário junto às Coordenadorias Regionais de Educação para o atendimento das demandas das instituições de ensino. Para que a reposição de profissionais possa ser realizada com a maior rapidez possível, a secretaria constitui periodicamente editais de contratação temporária, de modo a resolver necessidades emergenciais como no caso de aposentadorias e exonerações.

Ainda, a Seduc esclarece que durante a preparação para o início do ano letivo foi solicitado às escolas da rede estadual a manifestação sobre necessidades de RH para o início das aulas, com o objetivo de minimizar os prazos para o preenchimento de vagas abertas. Atualmente, a Rede Estadual conta com 55.940 vínculos de professores, dos quais 25.998 são temporários e 29.577 efetivos. Desses, 16.231 atuam em funções como direção, vice-direção, coordenação e mentoria pedagógica, enquanto 39.709 estão em sala de aula como professores regentes, sendo 24.574 temporários e 15.041 efetivos.

Nesse sentido, a Seduc prevê a realização de mais um concurso público para o preenchimento de 6 mil vagas. Sobre a situação específica das escolas citadas, a pasta informou que a 2ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) dará andamento à contratação dos profissionais solicitados.

Últimas Notícias

Destaques