O Novo Mais Educação entrou em operação em todo o país no inicio do ano. Dando um novo sentido ao antigo programa do Ministério da Educação (MEC), essa iniciativa estabeleceu um reforço nas disciplinas de Português e de Matemática para os alunos do Ensino Fundamental, que têm aulas oferecidas no contraturno escolar. No município, a iniciativa tem apresentado bons resultados.
Antes da atualização de 2017, que foi instituída por uma portaria do ano passado, o Mais Educação consistia, principalmente, em oficinas oferecidas aos estudantes que ficavam na escola em turno integral. Iniciado em 2007, com um foco mais social e cultural, as atividades, embora abordassem alguns temas de ensino, eram mais focadas em música, dança e esporte, por exemplo. A nova configuração veio com a necessidade identificada ao reforço específico do Português e da Matemática.
“Ele vem com uma proposta bem voltada para o letramento e a alfabetização”, explica a coordenadora do programa no município, Marcia Farias. Ela aponta que as cargas para os dois conteúdos são maiores e obrigatórias. Além deles, cada escola opta pelas atividades extras que quer realizar, ainda em um seguimento das oferecidas no antigo formato do projeto. Em Montenegro, é Marcia que faz o “link” entre a instituição e o MEC, ao participar de reuniões mensais do comitê da região metropolitana, onde são repassadas as diretrizes.
“Como coordenadora, sou eu que dou este apoio. É num sentido de informar como será gasto o dinheiro e como alimentar o sistema do programa, por exemplo”, relata. Todos os repasses para realização do Novo Mais Educação vêm do Governo Federal. Além de Marcia, são nomeados “articuladores”, que realizam uma coordenação mais específica dentro de cada escola; “mediadores”, que são os profissionais com formação na área de pedagogia que dão os reforços de Português e Matemática; e “facilitadores”, que coordenam as demais oficinas.
Rita de Souza é uma mediadora. Ela conduz as turmas participantes da Escola Cinco de Maio. Na instituição, optou-se por oferecer o reforço somente para os alunos do terceiro ano, onde se identificou maior necessidade. “É uma iniciativa muita válida. A gente vai trabalhando estes conteúdos e é um importante avanço. Procuramos ver as dificuldades que eles estão tendo, conversando com a coordenação da escola, para ir adaptando o trabalho”, conta a profissional.
Rita expõe, de sua prática, uma característica marcante do programa, que são as atividades pedagógicas diferenciadas oferecidas. Isso, para que a carga não fique tão cansativa para o estudante que praticamente passa o dia na escola. “A gente usa jogos educacionais, todos trabalhando as letrinhas, para não ficar tão repetitivo”, explica Rita. Em Montenegro, além da Cinco de Maio, participam as escolas municipais José Pedro Steigleder, Etelvino de Araújo Cruz e Pedro João Müller. Também, as instituições que já são caracterizadas como de turno integral: Dona Clara Camarão, Manoel José da Motta, Bello Faustino dos Santos, Profª Maria Josepha de Oliveira e Carlos Frederico Schubert. (DM)
MEC acompanha resultados de perto
Ainda sem completar um ano, já está programado o segundo teste do programa para avaliar os resultados obtidos. São provas realizadas pelos alunos, lançadas pelos coordenadores no Portal do Novo Mais Educação para compor a base de dados do órgão. A primeira ocorreu no primeiro semestre e a próxima deve ser em novembro. “É bom porque, com elas, tu acaba dando um norte para o mediador, com um exemplo do que ele precisa trabalhar”, avalia Marcia Farias. “Estamos na expectativa para a aplicação desta próxima.”
Decidiu-se, em Montenegro, por focar o programa para alunos do 1º, 2º e 3º anos do Ensino Fundamental. Ele é pensado, no entanto, para funcionar até o 5º. Apesar de as aulas serem oferecidas para as turmas em geral, é feito um trabalho de diagnóstico, onde cada escola vai tentar montar seu conteúdo a partir do que o estudante está precisando. E o conteúdo das provas oferecidas auxilia a entender o que o MEC busca de foco nas habilidades trabalhadas.
O período de adesão para o grupo de escolas atual foi em outubro e novembro do ano passado. Na época, deu-se prioridade para as que já participaram do programa em sua configuração anterior. “Esperamos que abram vagas para novas instituições, mas ainda não se sabe o que será decidido”, diz Marcia. A coordenadora avalia que, mesmo que ainda se esteja em um período de adaptação, tem se percebido a diferença no aprendizado dos alunos. Dados do MEC apontam que 4 milhões participam do programa no país.