Promover a reflexão e incentivar a continuidade nos estudos são alguns dos objetivos do projeto Protagonismo Juvenil, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Lena Rozi da Rocha Pithan. Desde agosto, estudantes das turmas de 9°anos participam de atividades que trabalham a valorização da vida; o fortalecimento da autoestima e da autoconfiança; o empoderamento; a construção da identidade; o fortalecimento de vínculo com a escola e os estudos, etc. Os temas são debatidos através das práticas de círculos de construção de paz, metodologia usada na Justiça Restaurativa.
Devido o impacto da pandemia da Covid-19, o abandono escolar e a interrupção dos estudos foram amplamente debatidos na sociedade, e o assunto também é pauta na Emef Lena Pithan. “A gente percebeu que vários alunos – até por questões sociais – começaram a verbalizar a não possibilidade de entrar no Ensino Médio e dar continuidade”, conta o vice-diretor, César Amaral.
Pensando em como incentivar a continuidade nos estudos, a escola criou o projeto Protagonismo Juvenil, que visa destacar a importância dos estudos. “O objetivo é trazer a realidade para os alunos, onde eles se perdem na realidade em que eles se encontram achando que não conseguem, achando que é impossível. A gente busca trazer pessoas que tenham uma história que foi difícil também, mas que venceram que existe sim a possibilidade, que eles podem sonhar, eles podem acreditar”, declara a diretora, Daniele Ozório.
Uma das atividades realizadas no projeto são palestras com personalidades que venceram a sua própria dificuldade. Nessa quinta-feira, 23, os jovens puderam conversar com Leila dos Santos, ex-aluna da escola, e graduada em Gestão Pública, com pós-graduação em Políticas Públicas e Direitos Sociais. “A ideia é passar a questão do conhecimento para as crianças, pra elas entenderem quão longe a gente consegue chegar através da educação, que não é impossível”, diz.
Leila cresceu na Vila Esperança, no bairro Senai, e viu nos estudos a oportunidade de novas conquistas. “Eu com 14 anos não tinha um chinelo direito para botar no pé e hoje a gente senta em lugares, é respeitado e é ouvido. […] O mais importante é ter a capacidade de sonhar, têm muitas crianças que não conseguem nem ter a perspectiva de sonho”, declara. Atualmente Leila está finalizando o curso de Filosofia e cursando também Direito. (MG)