Na última semana, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) anunciou o corte de 5.613 bolsas de pós-graduação, referentes a mestrado, doutorado e pós-doutorado. A medida pretende economizar R$ 37,8 milhões até o final de 2019. Para os próximos quatro anos, a expectativa de economia é de R$ 544 milhões. Umas das instituições que terá impactos com essa medida é a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).
De acordo com Andréia Valim, Pró-Reitora de Pesquisa da Unisc, 144 bolsistas da Capes estudam na instituição. Com o contingenciamento, dez bolsas foram congeladas. “Não é a primeira vez que o Brasil passa por essa situação de corte de bolsas pelo cenário econômico. A nossa preocupação é não deixar essa geração, que está em formação, desacreditar na possibilidade e entender que é pelo conhecimento, pela ciência, que o Brasil vai se tornar uma nação desenvolvida. Nosso grande desafio é manter essa geração de jovens pesquisadores com a chama acesa.”, declara.
As bolsas ficariam inativas a partir deste mês até o final do ano, não sendo repassadas a outros estudantes. Já as bolsas de formação de professores da rede básica de ensino não serão afetadas. Em 2019, o contingenciamento foi de R$ 819 milhões, previstos na Lei Orçamentária Anual. Para o próximo ano, a previsão é que a Capes conte com R$ 2,2 bilhões, quase a metade do valor de 2019.
De acordo com Anderson Ribeiro Correia, presidente da Capes, o critério utilizado para esse bloqueio é para bolsas não utilizadas, preservando as bolsas que estão em vigor. Porém, ele não descarta alternativas para recompor o orçamento do próximo ano. “A gente está trabalhando com a possibilidade de descontingenciamento e a visão para 2020, o que pode melhorar a situação dos bolsistas no País. Todas as possibilidades estão sendo estudadas para garantir o pleno funcionamento dos serviços prestados.” O Rio Grande do Sul foi o estado com o segundo maior número de incentivos perdidos, 725. Fica atrás apenas de São Paulo, com cerca de 1.700 bolsas congeladas.
Em agosto, o CNPq, a maior agência de fomento à ciência do Governo Federal, ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, anunciou o corte de 4500 bolsas para estudantes de pós-graduação.