O volume de vendas do varejo nacional deve cair 3,6% entre setembro do ano passado e setembro deste ano, de acordo com estimativa do Instituto de Economia da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Apesar da previsão de queda, a estimativa indica uma recuperação de 3 pontos percentuais em um ano. No período anterior (setembro de 2015 a setembro do ano passado), o volume de vendas do comércio varejista brasileiro recuou 6,6%.
“A perspectiva é de uma recuperação lenta do varejo nos próximos meses, mas ainda no campo negativo. O aumento do desemprego, a queda na renda do trabalhador e a escassez de crédito dificultam uma retomada mais rápida”, disse o presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, Alencar Burti.
Segundo Burti, o ano de retomada do setor varejista será 2018, quando taxas expressivas de crescimento devem voltar a ser registradas. “O ano de 2017 é de transição. Estamos superando os efeitos da crise. No ano que vem, tudo sinaliza para tempos melhores.”
Para o professor da Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas, Antonio Porto, a variação do volume de vendas do varejo será mais positiva que a expectativa da Associação Comercial. Isso porque a economia está se recuperando, com melhorias visíveis para o mercado interno.
“O consumidor está com mais segurança, o empresário está com mais segurança. Há queda de juros, perspectiva de recuperação de emprego, porque já se começou a gerar um pouco de emprego. Não chega a crescer muito porque a queda no ano anterior foi tão grande que zerou até setembro. Não vejo queda continuada, vejo recuperação”, afirma.