O IGP-M, Índice Geral de Preços – Mercado, é popularmente conhecido como a “inflação dos aluguéis”, pois é usado na maioria dos contratos para definir o percentual de reajuste anual entre proprietários e inquilinos. Ele já vinha assustando durante boa parte do ano passado e fechou, no acumulado de 2020, em 23,14%. Em comparação, o índice tinha fechado 2019 em 7,3%. Não esteve tão alto desde 2002.
Quem calcula o IGP-M é a Fundação Getúlio Vargas. Numa lógica diferente do IPCA, calculado pelo IBGE como a inflação oficial do país, leva em conta, principalmente, os custos de matéria-prima, bens de produção e commodities (o IPCA já mede o preço de itens de consumo finais). Sendo assim, vem sendo especialmente impactado pela valorização do dólar em relação ao real. Quem tende a sentir o impacto desses 23,14% é o inquilino com contrato que faz aniversário em dezembro, já que é de praxe que, no vencer de um ano, seja calculado o reajuste com base no IGP-M acumulado naquele período.
Mas como o Seu Bolso já vem alertando desde o ano passado, em situações adversas, sempre vale a negociação. Ainda estamos, afinal, numa pandemia e muita gente teve a sua renda prejudicada. Aos proprietários de imóveis, por vezes mais vale negociar ou segurar o reajuste por mais algum tempo do que perder o contrato. É questão de bom senso. E se feito o acerto, não deixe de registrar, no papel, tudo o que for combinado.