Turismo é uma das áreas mais prejudicadas pela pandemia

Profissionais se preocupam, mas seguem com modificações e novas perspectivas

Desde que a pandemia iniciou, muitos trabalhadores passam por dificuldades em todos os cantos do mundo. Alguns mais afetados, alguns menos, mas é incontestável que mudanças ocorreram e nem todas as vezes foram positivas. O ramo de turismo e transportes talvez seja um dos mais afetados pelo momento, já que parou quase que por completo. De qualquer maneira, assim como diversos setores, esses profissionais tiveram que se adaptar a nova realidade que estamos vivendo.

Reduções em linhas, funcionários e custos

Fabiana Cristina Martins é proprietária da rede de transportes Fabitur, de Montenegro, e sentiu de perto as mudanças e o impacto do novo coronavírus em seu trabalho e rotina. A rede realizava, normalmente, o transporte diário para o 3º Batalhão de Suprimento de Nova Santa Rita, Unisinos e todas as linhas da Ecocitrus, sem contar as linhas de turismo.

Com todos os seus ônibus parados, Transkoppe espera por dias melhores para a categoria

Com reduções nas empresas, a rede Fabitur precisou alterar alguns pontos para seguir nesse momento delicado. “Tivemos que nos adaptar a essa nova condição, reduzir despesas, negociar prestações de veículos assim como vender alguns”, conta. De seis motoristas que atuavam com a Fabitur antes da pandemia, dois precisaram ser dispensados.

Outra empresa do ramo que está sofrendo as consequências da pandemia é a Transkoppe, de Lair Nelson Koppe. Além de transporte universitário para a Ulbra e a Unisinos, a empresa familiar ainda realizava excursões estaduais e interestaduais. O administrador, Guilherme Herique Koppe, conta que funcionários que não eram da família precisaram ser dispensados em função da grande redução da demanda de viagens. No total, a empresa tem seis motoristas em trabalho, pelo menos por enquanto. Diferentemente da Fabitur, que manteve seu transporte em partes, a Transkoppe parou por completo.

Agora, com as instituições de ensino todas realizando aulas apenas à distância desde o início da pandemia, o transporte universitário parou. Mas Fabi conta que as rotas para o quartel e Ecocitrus seguem, com modificações. “O quartel ficou com pessoal reduzido, para não ter aglomerações, pois lá tem um efetivo de 800 militares. A Ecocitrus também reduziu bastante. O setor administrativo trabalha em home office e o setor de produção está com redução de pessoal”, explica.

Turismo pode sofrer para se reerguer
O turismo foi o que mais preocupou os trabalhadores dessa área. “Parou totalmente. Foi impactante para nós porque 50% do nosso serviço é o turismo. Nosso último passeio foi no segundo final de semana de março. Estamos praticamente três meses sem fazer viagens”, lamenta Fabi.

Guilherme conta que a Transkoppe também não vê a hora do fim disso tudo. “Esperamos voltar à normalidade o quanto antes, porém é um momento difícil, jamais visto antes, pois a receita diminuiu drasticamente. E por mais que uma empresa esteja “sem operar” e não gere custos variados, possui custos fixos e temos que honrar com o pagamento”, desabafa.

Fabi também pensa nos gastos e afirma que caso a economia não gire, é difícil que o turismo consiga retornar. “Nós todos precisamos uns dos outros. Se existe o desemprego não tem como girar o comércio em geral, então não existirá condições para o turismo. Aí, todos nós sofremos as consequências.”

Com anseios, Fabiana opina que tudo deve melhorar daqui uns meses, mas que será complicado. “Acredito que daqui uns três meses as coisas comecem a melhorar. Acho que para muitas empresas de transporte, redes hoteleiras, restaurantes ou estabelecimentos ligados direta ou indiretamente com o turismo, será muito difícil se reerguer. Principalmente aqueles que não tinham uma reserva financeira ou uma segunda opção de ganhos”, destaca.

A equipe da Transkoppe não pensa de maneira diferente. “Acreditamos que após esse período da quarentena, mesmo voltando à normalidade, a situação financeira das pessoas será bem difícil, o que fará diminuir o número de viagens e clientes universitários”, salienta Guilherme. Mas ele coloca um contraponto importante: a falta que as pessoas sentem de viajar. “Tem outro lado, o promissor, pois o pessoal está bastante em casa nesse momento, o que quer dizer que após a pandemia muitos irão procurar viajar. Então estamos nos planejando em cima dessas perspectivas, nesses dois pontos de vista”, finaliza.

Prefeitura atende solicitação de auxílio
No início do mês, a Prefeitura de Montenegro realizou na Chefia de Gabinete uma reunião destinada aos transportadores escolares particulares do município. Durante o encontro, esses profissionais fizeram a entrega de documento solicitando apoio como auxílio financeiro específico para a categoria; possibilidade de solicitação de financiamento bancário com taxa de juros baixa e carência de no mínimo oito meses; redução do custo das taxas cobradas pelo Detran/INMETRO e prorrogação de validade dos atuais laudos para o ano letivo de 2021. Destaca-se que apenas os profissionais de transportes escolares da cidade estão em pauta nas solicitações.

Após contato via assessoria de imprensa, a Administração Municipal afirma que atendeu o grupo e já realizou encaminhamentos via ofícios para o senador Luís Carlos Heinze e para o deputado estadual Issur Koch, solicitando o apoio do Governo Federal e Estadual nessas demandas. Ainda, também abriu processo interno para devidos encaminhamentos às mesmas solicitações.

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