Especialista dá dicas preciosas que podem ser aplicadas na SUA vida
Em uma semana, uma família de classe média compra e consome 6 “litrões” de refrigerante a R$ 5,50 cada. Já são R$ 33,00 gastos. Eles também tomam umas seis cervejas no barzinho (quem nunca, né!?) a R$ 5,00 cada. São mais R$ 30,00 usados aí. Pediram uma pizza no sábado, de repente fizeram um churrasco no domingo e logo já foram mais R$ 120,00 na mesma semana. Na ponta do lápis, esse pessoal gastou R$ 183,00 nesse período. Se isso seguir, são R$ 732,00 no mês. São R$ 8.784,00 no ano. São R$ 43.920,00 gastos em cinco anos. E as pessoas ainda dizem: “eu não sei pra onde vai o meu dinheiro”.
Agora vamos olhar de outro ângulo, pelo exemplo de uma amiga, a Bruna. Ela decidiu que, além de trabalhar, passaria a vender sanduíches para garantir uma renda extra. Ela comprava todos os ingredientes por R$ 39,00 e, com esse valor, fazia vinte sanduichinhos. Cada um, ela vendia por R$ 4,50. Vendendo os 20, ela recebia um total de R$ 90,00. Tirando os seus custos, o lucro da Bruna era de R$ 51,00. Ela passou a fazer essa venda dois dias por semana. Não era fácil, mas ela precisava do dinheiro e fez valer o esforço. Em dois dias semanais, seu lucro mensal era de R$ 408,00.
Em um ano, R$ 4.896,00. Em cinco anos, R$ 24.480,00. Focada, nossa amiga também se controlou nesse período para não ter gastos supérfluos como o das cervejas, refrigerantes e pizzas da família anterior. Ganhou os R$ 24.480,00 e deixou de gastar R$ 43.920,00. E as pessoas ainda dizem: “eu não sei pra onde vai o meu dinheiro”.
Foram reflexões como essas que o especialista Rogério Cauduro trouxe para o evento “Educação Financeira muda vidas”, que lotou o Teatro Therezinha Petry Cardona na noite do último dia 24. A iniciativa foi do projeto Bom Dinheiro, idealizado pelo próprio Cauduro, em parceria com a ACI Montenegro/Pareci Novo e organização da QR Três. O Ibiá estava lá, acompanhando tudo, e o Seu Bolso traz um gostinho do evento, com as principais dicas trazidas pelo palestrante e seus mais de 35 anos de experiência em gestão de negócios e gestão financeira. Fique atento!
Autoconhecimento é tudo!
Cauduro aponta que, na maioria dos casos, a pessoa acaba endividada porque segue um padrão de vida que não condiz com o que ela ganha. “A pessoa quer aparecer o que ela não é”, alerta. Nessa busca por querer fazer o mesmo que os amigos que, por vezes, têm salários maiores, a pessoa acaba se “afundando”.
O que falta é o autoconhecimento. É necessário entendermos a renda, entendermos os gastos e reconhecermos o momento e as possíveis limitações que temos. Isso não é só para saber a hora de “pisar no freio”, mas também para saber se é tempo de investir ou de simplesmente aproveitar.
Por vezes, isso está na força de vontade para dizer para um conhecido: “olha, eu não vou poder ir na jantinha da turma esse mês, porque eu tenho que dar uma segurada”. Ou até suspender a matrícula da academia por um tempo e passar a correr no Parque Centenário. São adaptações.
O autoconhecimento também está na avaliação do meu patrimônio, que pode ser bom, mas também pode ser ruim. Por vezes, ter um imóvel na praia, parado e desvalorizando para o uso só no Verão, é perder dinheiro. Mas, claro, ao conseguir alugar ele, você deixa de perder e passa a ganhar em cima da casa. Mais coisas a se pensar.
O PUN te ajuda!
Controlar gastos é controlar impulsos. Na linha do autoconhecimento, Cauduro indica que é preciso pesar e priorizar as compras. Para isso, ele apresenta o PUN, cujo conceito é bem autoexplicativo. Reflita sobre ele, sempre que você for usar seu dinheiro. Ele é precioso!
P – POSSIBILIDADE – Eu posso pagar por isso?
U – URGÊNCIA – Eu preciso disso agora?
N – NECESSIDADE – Eu viveria sem?
De olho no velocímetro
Eu sei! Pode ser chato ter que colocar todos os gastos, despesas e as entradas de dinheiro no papel ou em uma planilha para controle financeiro. Mas pense assim: você está andando de carro na RSC-287, mas o veículo não tem velocímetro. Desconsiderando os buracos na rodovia, você corre o risco de andar rápido demais e se encher de multas (um gasto desenfreado); ou de andar devagar demais e demorar mais que o normal para chegar ao destino (oportunidades perdidas de investimentos). Não há escapatória. É preciso, sim, um “velocímetro financeiro”.
Por que guardar dinheiro?
Defina metas, coloque prazos, considere uma renda menor do que você realmente ganha, mas guarde parte do seu dinheiro. O momento de começar a fazer isso é agora. É ontem, aliás.
Cauduro traz razões bem claras para isso. As principais? Incertezas, inseguranças e problemas que podem vir a surgir. “Todas as pessoas de sucesso que eu conheci têm alguma reserva. Isso traz confiança”, conta. A energia para o trabalho acaba e acidentes acontecem. Por isso, é preciso uma segurança guardada.
Olhando de um ângulo mais positivo, o valor reservado também pode ser destinado para a realização de um sonho futuro, para a abertura de novas possibilidades. A curto prazo, ainda, isso é um sinal de inteligência: ao invés de fazer um crediário e pagar juros em uma compra parcelada, por exemplo, o bom “guardador” junta o valor para fazer a compra a vista, ainda negociando um bom desconto. São exemplos de uma boa educação financeira.
O esforço é recompensado!
A mensagem é clara. Guardar; reconsiderar gastos; colocar tempo em uma atividade extra que garanta um dinheirinho; se empregado, tornar-se indispensável na função realizada; se investidor, explorar formas de crescer. Parte da educação também é esforço e comprometimento!