Novidade recente está, aos poucos, se popularizando no País
Seguro é segurança. Óbvio. Mas nem sempre ele é tão necessário assim. Me refiro a esses tempos de isolamento social e de home office, por exemplo. Se o carro está parado na garagem de casa por vários dias, ela não está correndo grandes riscos de acidentes ou roubos. Pra quem compra seguro de celulares, então, por vezes pode fazer mais sentido custear essa segurança quando for fazer viagem para um lugar com risco em potencial do que para o dia a dia. É nesse linha que nasceu o conceito de seguro por demanda, ou seguro “liga e desliga”.
A modalidade é bem recente, regulamentada no Brasil só em agosto do ano passado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), mas com espaço para crescer. Nesse tipo de seguro, o cliente só aciona a cobertura quando há riscos e a “desaciona” quando não há necessidade. Os modelos variam de seguradora para seguradora, mas, em linhas gerais, é feito um pré-pagamento e os créditos vão sendo descontados, por minuto (ou, às vezes, até por quilometragem, no caso do carro), enquanto a cobertura está ativa. Tudo controlado através de aplicativos. Você chega em casa, está em segurança, e desliga o seguro.
Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da Comissão de Automóvel da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Walter Pereira, disse que, com a autorização recente, ainda são poucas as seguradoras que oferecem a modalidade. Mas ele avalia que a tendência é do crescimento da oferta. “Talvez as seguradoras tenham postergado o desenvolvimento dessas modalidades em função da situação que estamos atravessando. Agora, com a estabilização do trabalho remoto e algumas possibilidades de poder voltar ao normal, pode ser acelerado o desenvolvimento”, colocou.
Em cidades como São Paulo, onde há sistema de rodízio de veículos, Pereira comenta que a utilização vem sendo atrativa, visto que o seguro pode ser “pausado” nos dias em que a saída não é autorizada. É uma forma de reduzir o gasto no orçamento, na comparação com um pacote completo.
Hoje, dentre as empresas no mercado que oferecem a modalidade, os preços variam. E assim como é para o modelo tradicional, a tarifação depende de diversos fatores, como o local do contrato, item coberto e o histórico de comportamento do proprietário na direção. A reportagem localizou oferta de cobrança por minuto, para veículo, de R$ 0,00484 o minuto; e de contratos mensais de seguro de celular a partir de R$ 4,15. Pode valer a pena.
O presidente da comissão na FenSeg garante que, apesar da atratividade e do crescimento, a novidade não vai substituir o seguro tradicional. Será, sim, um complemento na carteira de produtos oferecidos – já bastante variada.