Confiança de investidores na melhora econômica tem alavancado o segmento
Em um país com 13 milhões de desempregados, são os pequenos negócios os principais responsáveis pela abertura de vagas formais de emprego. De acordo com a sondagem trimestral do Sebrae, seguindo o fenômeno do restante do ano, até dezembro os pequenos devem gerar mais de 500 mil novos postos de trabalho. A cadeia da Construção Civil é a que mais impulsiona o índice.
De acordo com a diretora do Sebrae, Heloisa Menezes, as anunciadas mudanças das regras de financiamento imobiliário – que elevam o limite de valor dos imóveis que podem ser adquiridos com o Fundo de Garantia – fortaleceram o setor. “Os pequenos negócios têm sido os principais geradores de empregos no país e é muito bom constatar que os empresários que atuam no setor da Construção Civil têm dado uma valiosa contribuição para isso. Sinaliza também uma recuperação da economia brasileira como um todo”, avalia.
Por Montenegro, as perspectivas também são boas. À frente de uma construtora com quase 30 anos no mercado, Erci Nonnemacher conta que contratou nove funcionários até o meio deste ano. Tendo trabalhado para reduzir custos e perdas durante o período mais acentuado da crise econômica, ele comemora ter conseguido tocar o negócio sem demitir ninguém e ainda focando na qualificação do serviço prestado.
Alcançando a diferenciação, a empresa conquistou clientes também na capital gaúcha. “Aí, a gente acabou contratando o pessoal daqui e levou pra lá. Aqui tem muita mão de obra sobrando, então uns cinco desses contratados foram para Porto Alegre. Já há previsão de serem contratadas mais pessoas”, aponta. Na busca por um funcionário, Erci explica que, com a grande oferta de interessados, o que pesa é a qualificação e a experiência. “A mesma coisa que nossos clientes exigem de nós, enquanto empresa, nós exigimos do funcionário também.”
Investidores já estão mais confiantes no mercado
Erci Nonnemacher indica que cerca de 60% dos clientes da construtora são investidores. Estes clientes, com foco em obras mais comerciais e industriais, constroem já pensando em alugar os prédios. Para o empresário, os bons números apresentados pelo negócio refletem na crescente confiança deste consumidor que, na esperança de que em um futuro próximo a economia melhore, já inicia uma mobilização prévia. “Nós temos uma expectativa bem interessante para o segundo semestre”, projeta o montenegrino.