Palestra sobre oportunidades e desafios da reforma tributária

Evento foi realizado pela ACI e Associação dos Contabilistas

Na noite dessa segunda-feira, 11, o Teatro Roberto Athayde Cardona recebeu uma palestra especial sobre a reforma tributária, organizada pela Associação Comercial e Industrial de Montenegro/Pareci Novo (ACI) em parceria com a Associação dos Contabilistas de Montenegro. O evento reuniu empresários, contadores e profissionais da área fiscal para discutir as mudanças que entrarão em vigor nos próximos anos e como elas afetarão o cenário econômico e tributário.

O palestrante da noite, Gustavo Dorneles Caletti, contador, professor e conselheiro do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul, trouxe um panorama geral sobre a reforma, abordando as principais mudanças que irão impactar empresas e cidadãos. De acordo com Caletti, o objetivo da palestra foi descomplicar o tema e preparar os participantes para as adaptações necessárias, tanto no setor público quanto privado, a partir da implementação das novas regras tributárias.

Cerca de 300 pessoas acompanharam a palestra na noite dessa segunda, 11

Desafios para as empresas

A reforma tributária, que começará a valer de forma gradual a partir de 2025, promete transformar a estrutura de arrecadação e a forma como os impostos são cobrados no Brasil. Para João Batista Garcia Dias, presidente da ACI, o tema foi escolhido devido à sua relevância. “É um assunto muito importante que vai influenciar diretamente as nossas cidades e o trabalho dos contabilistas, pelo menos nos próximos anos”, afirmou. Ele ressaltou que o evento foi pensado para preparar a comunidade empresarial para o período de transição que se inicia em 2026 e se estende até 2033, quando a mudança será efetivamente consolidada.

A transição será desafiadora, já que, segundo Dias, os dois modelos de tributação, o atual e o novo, funcionarão paralelamente durante um tempo. “Isso gerará um cenário de incertezas para as empresas, especialmente as que dependem da produção de bens que são comercializados fora dos municípios. O imposto será faturado pelo consumo, e isso vai afetar diretamente as cidades como Montenegro, que têm uma grande produção”, explicou Dias.

Marilene Maron, presidente da Associação dos Contabilistas de Montenegro, também destacou as dificuldades enfrentadas pelos profissionais da área diante da falta de regulamentação clara sobre a reforma. “Temos uma definição macro da reforma, mas os detalhes ainda são incertos. Isso gera muita insegurança, principalmente para quem trabalha com questões fiscais”, disse. Ela ressaltou que, embora o impacto da reforma seja significativo, principalmente para as empresas, a população em geral também sentirá os efeitos.

Presidente da ACI, João Batista Garcia Dias, falou na abertura sobre a importância de conhecer mais sobre a reforma tributária

Impacto nas PF e PJ

Durante sua palestra, Gustavo Dorneles Caletti explicou que, embora a reforma tributária tenha como uma de suas premissas não aumentar a carga tributária total do Brasil, o impacto será desigual entre os diferentes setores da economia.

Para algumas áreas, como os serviços, a carga tributária vai aumentar, o que pode representar desafios para os empresários desse segmento. Por outro lado, setores como a indústria podem ser beneficiados, com uma carga mais equilibrada.

Caletti também comentou sobre o impacto da reforma nas finanças pessoais dos cidadãos. “Embora as mudanças mais significativas se concentrem nas empresas, os preços dos produtos podem ser afetados, principalmente devido à mudança no sistema de tributação.

No entanto, a promessa de que a carga tributária total não aumentará deve trazer alívio para os consumidores, desde que a transição seja bem executada”, explicou.

Caletti destacou os principais
pontos da reforma tributária durante a palestra

Período de transição

Conforme Caletti, a reforma tributária será implementada em etapas, com um período de transição que começa em 2026 e se estende até 2033. Nesse intervalo, as empresas terão que se adaptar a um novo sistema de arrecadação e gestão de impostos, com as duas formas de tributação funcionando paralelamente. “Vai ser como trocar o pneu com o carro andando”, disse Marilene Maron, destacando a complexidade do processo. Ela lembrou que, até lá, as mudanças ainda precisarão de ajustes significativos e a regulamentação final pode trazer novas surpresas.

Apesar das incertezas, o evento serviu como um ponto de partida para as discussões sobre a reforma tributária e como as empresas podem se preparar para as mudanças que se aproximam. “O principal objetivo é que as pessoas entendam as mudanças que estão por vir e como elas vão afetar seus negócios”, concluiu Caletti. Para ele, o aprendizado e o compartilhamento de informações são fundamentais para que os empresários e profissionais da contabilidade possam tomar decisões informadas.

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