O que saber para não entrar numa fria ao comprar um ar-condicionado

Dicas básicas para tornar sua compra mais assertiva

Setembro se despediu nessa segunda-feira com um dia de calor intenso. Os termômetros chegaram na casa dos 33 graus na tarde do último dia 30 em Montenegro. Ontem, o clima foi parecido no início do dia e, apesar da chuva marcada, que deve amenizar as temperaturas, o fenômeno já é um prenúncio de que teremos mais um Verão “daqueles” por aqui.

E como ninguém quer sofrer nesses próximos meses com o calorão, já tem muito consumidor de olho nas ofertas deste, que já é um item quase que indispensável na casa dos gaúchos: o ar condicionado.

Se você é um destes que já está abrindo um cantinho no orçamento – talvez com o 13º salário – para comprar um ou mais um aparelho do tipo, o Seu Bolso traz algumas dicas para fazer uma compra boa, tanto em termos de eficiência, quanto de economia. Não é só sair e comprar.

 


QUAL É O AR PARA VOCÊ

Ar Janela – A forma mais tradicional e menos tecnológica dos aparelhos de ar condicionado ainda pode ser encontrada em algumas lojas. O ar janela possui uma única peça condensadora e evaporadora e, por isso, precisa de um buraco na parede onde será instalado. Ele funciona retirando o calor do cômodo e o “jogando” para fora. A vantagem do item é que, por não ser mais tão popular, ele pode ser encontrado por preço bastante barato, mas o consumidor ainda precisa levar em conta, claro, que haverá esse custo de instalação. Não dá para esquecer, também, que os janelas fazem um pouco de barulho quando ligados, o que não é muito bom para quem se irrita fácil com ruídos. Mais antigos, estes costumam ser comercializados com capacidades mais baixas, que giram entre os 7 mil e os  30 mil BTU’s, então, para eles, a instalação é mais indicada para peças menores e que não demandam tanta força para climatizar. Não sendo assim, o gasto de energia vai ser grande e os resultados, poucos.

Ar Split – Existem algumas variações deste, como o “multisplit, o “split cassete” e o “piso-teto”, mas o modelo mais comum deste tipo é “split hi-wall”. Hoje o mais popular, ele leva esse nome porque é dividido (split, em inglês) entre a evaporadora, que é instalada na parede do cômodo, e a condensadora, que fica na parte externa. Só precisa de um pequeno buraco na parede onde vai passar a tubulação. Este é bem mais silencioso e vem com maiores potências, além de funcionalidades extras que podem ajudar a garantir uma boa economia. A instalação e a manutenção é considerada mais fácil, embora costume demandar o trabalho de um profissional mais especializado, o que acaba sendo um custo extra. O split é mais caro e, se não observada a relação entre a demanda e a potência, pode acabar consumindo muita energia. Chegaremos nisso logo mais.

Ar Portátil – Considerado uma espécie de “split móvel”, o ar condicionado portátil tem potência para climatizar ambientes menores com a praticidade de poder ser transferido de uma peça para outra. Ele é pouco indicado para espaços grandes, devido à potência baixa, e a maioria dos modelos demanda o uso de um tubo extensor que precisa ficar posicionado para a parte externa do cômodo. É ele, afinal, que fará a troca de calor, então é preciso pensar nessa logística antes da compra. Não é negócio para peças muito grandes.

 


NEM SEMPRE O MÁXIMO DE BTU’S É O IDEAL

Ok, você já sabe os tipos de “ares” existentes, então é a hora de saber qual é a potência ideal para a necessidade da sua casa. Leia-se “ideal” como o aparelho que vai ter uma performance satisfatória e sem gerar consumo excessivo de energia. E isso é medido pelo chamado BTU.

Sigla em inglês, o termo significa “Unidade Térmica Britânica”. É através dele que as fabricantes de ar condicionado medem a potência do aparelho. Mas isso não quer dizer que o ideal é, simplesmente, escolher o ar que tenha a maior quantidade de BTU’s. Longe disso. Dependendo do cômodo, um equipamento com muita potência vai gastar um monte de energia elétrica e sem necessidades. Isso pode ser calculado.

Para sanar sua curiosidade, um BTU é definido como a quantidade de energia necessária para elevar a temperatura de uma massa de uma libra de água de 59,5 °F para 60,5 °F, sob pressão constante de 1 atmosfera. Confuso? Sim. Mas a conta necessária para achar o ar mais ideal para sua casa é relativamente mais simples.

Nesse cálculo, considere para cada metro quadrado do cômodo, 600 BTU’s. Para cada pessoa extra dentro dessa sala (a primeira não é contabilizada) são somados mais 600 BTU’s. Por fim, equipamentos eletrônicos que também estejam no local são mais 600 BTU’s na conta. E caso o cômodo fique diretamente exposto ao sol, recomenda-se o acréscimo de mais 800 BTU’s para cada medida. Vamos tentar?

– Peguemos de exemplo uma sala com 30 metros quadrados para três pessoas, com dois computadores e que não esteja diretamente exposta ao sol.
– São 30 metros x 600 BTU’s. Mais 600 BTU’s para cada uma das pessoas extras. Mais 600 BTU’s para cada um dos computadores. O ar condicionado ideal tem que ter, então, 20.400 BTU’s.
*A fórmula considera uma altura padrão da parede, de 2,6 a 3 metros

 


O QUE CUIDAR NA INSTALAÇÃO

Especialistas indicam que uma instalação inadequada do ar condicionado pode refletir em um aumento de até 20% na conta de luz. É preciso atenção para que a parte condensadora (no caso do “split”, em que as peças são separadas) fique em um local com boa circulação de ar. Sendo um ar condicionado de janela, certifique-se de que ele não fique com as laterais e o fundo bloqueados, pois isso reduz sua eficiência. Qualquer que seja o modelo, ainda, evite a instalação em paredes que peguem muito sol; e dê preferência por pontos mais altos do cômodo, pois isso facilita o resfriamento do ambiente.

 


O QUE MAIS OBSERVAR NA COMPRA

  • Priorize aparelhos com a funcionalidade do “Timer”, onde você pode programar o desligamento automático e, assim, poupar luz.
  • O “Modo Sleep” é outra funcionalidade importante. Ela permite uma redução de funcionamento do ar para um modo de performance reduzida durante a noite. Assim, há mais economia e o clima ideal para um sono agradável.
  • Ter o “Selo Procel” é outra dica. Esse é aquele indicador de cores e letras que mostra o quão eficiente é o consumo de energia dos eletrodomésticos. É concedido através de diferentes testes para auxiliar o consumidor. Priorize aquele que esteja com a letra “A”, a melhor.
  • Outra funcionalidade é a “Inverter”, que controla a velocidade de compressão do aparelho. Com ela, o ar tem a capacidade de reduzir sua potência para manter a temperatura do ambiente por mais tempo. Isso evita o famoso “liga-desliga” e também economiza energia.
  • Pesquise a reputação da marca do aparelho na internet e analise os comentários de outros compradores. É uma dica importante para evitar a compra com empresas que costumam apresentar muitos problemas; e ter políticas ruim de auxílio e manutenção.
  • Buscando o melhor preço, ainda pese detalhes como a capacidade de filtragem do ar, seu sistema de retenção de poeira e bactérias e a possível diminuição de odores no ambiente. São recursos interessantes e que agregam valor ao produto.

Últimas Notícias

Destaques