ATÉ MAIO. Ministério da Economia evidencia impactos econômicos da pandemia
Vem crescendo na parte comercial de Montenegro o número de prédios com placas de aluguel. Muitas são de lojas que fecharam nas últimas semanas, deixando os espaços vagos. Outras são uma forma de alerta para a situação das pequenas empresas diante do cenário atual. “Hoje é um protesto dos comerciantes e prestadores de serviços. Talvez se torne realidade. Logo poderemos ser X desempregados”, diz o “anúncio” para quem chega mais perto. Ali cada lojista preencheu o número de funcionários que pode perder caso a crise se intensifique ainda mais.
“É para sensibilizar a população”, comenta a empresária Roberta Buttenbender, uma das participantes da ação. “Com comércio fechado, vai haver muitas demissões.” E de fato, já tem havido. Na última semana, o Ministério da Economia divulgou os dados de maio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged; e os números evidenciam como as restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus vêm impactando a economia do Município.
No período, as empresas de Montenegro fecharam 130 postos de trabalho formal: contrataram 431 pessoas, mas demitiram 561. É o pior resultado para o mês em anos.
ACUMULADO
O índice de maio ainda é um pouco melhor do que o de abril, quando as restrições ao funcionamento dos estabelecimentos eram mais apertadas e o primeiro impacto da crise foi sentido. Naquele mês – agora com os saldos reajustados pelo Ministério, com as declarações fora do prazo – 346 postos de trabalho formal já haviam sido fechados. No período, 709 trabalhadores foram demitidos e apenas 363 contratados.
No acumulado do ano, que começou apresentando bons indicadores econômicos, o saldo da geração de empregos em Montenegro é de 423 negativo. 18.360 pessoas trabalhavam formalmente no Município em 1º de janeiro. Até 31 de maio, o número caiu para 17.937. O setor de Prestação de Serviços é o mais impactado, seguido, então, pelo Comércio e pela Construção Civil.
Veja o desempenho dos setores
Mais uma vez, assim como em abril, foi o setor de Prestação de Serviços que teve o pior resultado em termo de geração de empregos. 129 trabalhadores foram contratados, ao passo que 192 foram demitidos, levando ao índice negativo. Profissionais de limpeza e auxiliares administrativos e de escritório estão entre os que mais foram desligados das empresas de Montenegro nos últimos dois meses.
O Comércio, que havia demitido 158 pessoas em abril e contratado 74, demitiu 109 e contratou 60 no mês seguinte. Fechou, assim, mais 49 postos de trabalho, principalmente entre vendedores e atendentes.
Também bastante impactada pela pandemia, a Construção Civil demitiu, em maio, 71 trabalhadores, contratando apenas 18. Em abril, tinha demitido 91 e contratado só 15.
Mais uma vez – ainda que, em proporção, tenha pouco peso no número de empregos formais – o setor da Agropecuária contratou 17 trabalhadores e demitiu dois, mantendo-se positivo. Em abril, foram 13 contratados e 7 demitidos.
A Indústria também – e esse, sim, é o principal empregador em Montenegro – apresentou pequeno saldo positivo. Mostra, assim, como vem se segurando diante da crise para demitir menos. Em maio, contratou 207 e demitiu 187. Em abril, contratou 167 e demitiu 165 pessoas. O setor, ainda que impactado por limitações a colocação dos produtos fabricados no mercado, não chegou a ser obrigado, em nenhum momento, a suspender operações para o enfrentamento à pandemia.