Brochier foi o único município da região com saldo positivo
O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou, recentemente, os dados consolidados de 2024 do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os números apontam que, no ano passado, Montenegro teve uma grande variação ao longo do ano no mercado de trabalho. A cidade terminou 2024 com um saldo negativo de -25 vagas de emprego, fruto de 10.526 admissões contra 10.551 demissões.
O número negativo foi impulsionado principalmente pela construção civil, setor que registrou uma perda de 287 vagas. A retração aconteceu nas áreas de construção de edifícios e obras de infraestrutura, o que afetou diretamente o quadro de empregados e contribui significativamente para o fechamento de postos de trabalho em 2024.
Por outro lado, o setor de serviços foi o grande destaque positivo, com um saldo de 191 vagas. Esse segmento tem mostrado resiliência, ajudando a compensar as perdas de outras áreas. O comércio também contribuiu positivamente, com um aumento de 50 vagas, enquanto a indústria e a agropecuária mantiveram números positivos modestos, de 3 e 9 vagas, respectivamente.
O balanço de Montenegro ao longo dos meses foi marcado por variações, com destaques para o crescimento de 122 vagas em setembro e 116 em outubro, e a queda de -195 vagas em março, refletindo a instabilidade do mercado ao longo do ano.
Desafios na qualificação profissional
Em análise aos dados de 2024 sobre o mercado de trabalho em Montenegro, João Batista Dias, presidente da Associação Comercial e Industrial de Montenegro e Região, pontua que a redução de vagas de emprego observada na cidade, de apenas 25 postos, é um número percentual muito baixo considerando as 10.526 vagas totais. “A situação não chega a ser alarmante, mas é possível que o saldo fosse positivo, já que muitas empresas, como a JBS, enfrentam dificuldades para contratar mão de obra qualificada”, afirma.
Dias avalia que um dos fenômenos que contribui para esse cenário é o impacto dos auxílios federais, que podem estar levando algumas pessoas a preferirem o benefício a buscar uma vaga de emprego formal. “O melhor pacote social é o trabalho formal, com a garantia de carteira assinada, aposentadoria e benefícios como o 13º salário”, declara. No entanto, ele aponta que ainda há muitas vagas abertas, tanto em empresas quanto em instituições, mas a procura é insuficiente.
O presidente da ACI destaca que a falta de qualificação também é um fator limitante para o preenchimento de algumas vagas, principalmente para cargos que exigem habilidades específicas. Para ele, é fundamental realizar um trabalho de convencimento e qualificação da mão de obra local para atender a demanda crescente no município. Em sua visão, Montenegro tem potencial para melhorar a situação, mas precisa se concentrar em desenvolver sua força de trabalho, já que o município espera crescer e se colocar entre as 10 principais economias do Estado nos próximos anos. “O foco deve ser na criação de estratégias que incentivem as pessoas a buscar essas vagas, aliando a questão social com a qualificação profissional”, conclui.
Brochier foi único município com resultado positivo
Enquanto Montenegro enfrentou um cenário desafiador, os municípios vizinhos apresentaram resultados diversos. Brochier, com 345 admissões e 319 demissões, fechou 2024 com saldo positivo de +26 vagas. A cidade mostrou um desempenho constante ao longo do ano, com um crescimento considerável de 24 vagas em fevereiro, mas também enfrentou desafios, como o fechamento de 10 vagas em janeiro.
Maratá registrou um saldo negativo de -14 vagas. Com 110 admissões e 124 demissões, a cidade teve um desempenho mais instável, com flutuações significativas ao longo do ano. Março foi o mês de maior queda, com o fechamento de 30 vagas, e o ano terminou com uma retração de 10 vagas em dezembro.
Outro município que teve resultado negativo foi Pareci Novo, que viu 323 admissões e 347 demissões, resultando em -24 vagas. O município enfrentou perdas constantes durante o ano, com destaque para maio e outubro, que apresentaram quedas significativas. A cidade teve dificuldades para gerar novas oportunidades de trabalho, especialmente nos meses de abril e maio, períodos que coincidem com as enchentes que afetaram a região no ano passado.
São José do Sul, com 151 admissões e 156 demissões, também fechou o ano com um saldo final de -5 vagas. O município enfrentou flutuações mensais, com destaque para o mês de janeiro, que apresentou a maior perda de vagas (-19), mas se recuperou ao longo do ano, com crescimentos maiores nos meses de fevereiro e agosto.
Resultados por mês nos municípios:
Montenegro | |
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Janeiro: | -39 |
Fevereiro: | +43 |
Março: | -195 |
Abril: | -89 |
Maio: | -45 |
Junho: | -57 |
Julho: | +1 |
Agosto: | +96 |
Setembro: | +122 |
Outubro: | +116 |
Novembro: | +106 |
Dezembro: | -84 |
Brochier | |
---|---|
Janeiro: | -10 |
Fevereiro: | +24 |
Março: | +3 |
Abril: | +15 |
Maio: | -8 |
Junho: | -5 |
Julho: | -4 |
Agosto: | +13 |
Setembro: | -12 |
Outubro: | +7 |
Novembro: | +5 |
Dezembro: | -2 |
Maratá | |
---|---|
Janeiro: | +10 |
Fevereiro: | +5 |
Março: | -30 |
Abril: | +5 |
Maio: | +11 |
Junho: | -10 |
Julho: | 0 |
Agosto: | -4 |
Setembro: | +5 |
Outubro: | +7 |
Novembro: | -3 |
Dezembro: | -10 |
Pareci Novo | |
---|---|
Janeiro: | +1 |
Fevereiro: | +9 |
Março: | -4 |
Abril: | -12 |
Maio: | -18 |
Junho: | -4 |
Julho: | -6 |
Agosto: | -1 |
Setembro: | -3 |
Outubro: | -11 |
Novembro: | -4 |
Dezembro: | -7 |
São José do Sul | |
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Janeiro: | -19 |
Fevereiro: | +10 |
Março: | +4 |
Abril: | +1 |
Maio: | -9 |
Junho: | -2 |
Julho: | +4 |
Agosto: | +12 |
Setembro: | +3 |
Outubro: | 0 |
Novembro: | -4 |
Dezembro: | -5 |