Inflação: alimentos básicos na mesa dos brasileiros encarecem

Alta do dólar, consumo no isolamento social e safra impactam no valor

Os alimentos essenciais na mesa dos montenegrinos estão mais “salgados” do que o normal. A inflação, segundo o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Intena (IGP-DI), foi de 3,87% em agosto deste ano. A taxa é ainda superior à observada em julho (2,34%). Com o resultado de agosto, o indicador nacional acumula taxas de 11,13% no ano e 15,23% em 12 meses, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas. Os itens que tiveram altas mais expressivas foram o leite, óleo de soja, arroz, feijão, farinha de trigo e carnes, principalmente a moída. Mas, ainda tiveram aumentos pontuais produtos como o ovo e açúcar.

Sandra Almeida, 49, moradora de Santos Reis, interior de Montenegro, está preocupada com os valores dos alimentos citados e a rapidez com que o preço aumentou.Acostumada a vir para a cidade para fazer as compras, ela afirma que na localidade onde reside, os produtos são ainda mais caros.

Sandra destaca a importância da pesquisa quando vai ao mercado. “Apesar de não adiantar muito ir a outros mercados porque o valor se assemelha, eu sempre pesquiso e vou pelo mais barato. Tem diferença”, pontua. Ela afirma que os preços têm subido cada vez mais. “Está um absurdo. Vem subindo há meses, mas nos últimos quinze dias eu noto que está exagerado, em todo estabelecimento é isso, não dá para vir ao mercado”, ressalta. Para ela, o valor da farinha, arroz, feijão e carnes está fora do normal.

Sempre pesquisando valores nos estabelecimentos, Sandra opta pelo mais barato

Alimentos básicos e o aumento excessivo
Nessa terça-feira, 8, o Ibiá realizou uma pesquisa em quatro supermercados do município, a fim de destacar a diferença de preço entre os produtos. Um dos valores que mais chama à atenção pelo aumento excessivo é a carne moída que, de segunda, custa de R$ 20,00 à R$ 24,99 o quilo e, a de primeira, de R$ 26,99 pode chegar aos R$ 36,90.

Outros dois produtos que impactam pelo preço são o clássico feijão e o arroz, prato tradicional na mesa dos brasileiros. Juntos, um quilo de cada, podem chegar a custar R$ 14,00. O leite não fica para trás no quesito aumento em valores. O produto fica entre R$ 3,39 e R$ 4,99 nos estabelecimentos.

Se um cliente fosse comprar todos os itens analisados na pesquisa (arroz, feijão, carne moída, óleo, farinha, leite, ovo e açúcar), levando em consideração os produtos mais baratos, gastaria R$ 50,03 no mercado número 1; R$ 53,08 no 2; R$ 51,97 no 3 e R$ 52,02 no estabelecimento 4.

Por que a alta nos valores?
A inflação é motivada por diversos fatores. A alta no arroz, óleo e carne, por exemplo, ocorre pelo aumento do dólar, que tornou mais competitivos os produtos brasileiros fora do País, o que estimulou então as exportações. Além disso, o aumento do consumo de alguns alimentos nas residências durante o isolamento social por causa da pandemia também é fator agravante.
De outro lado, a safra dos alimentos não é das melhores. No caso do feijão e do leite, a estiagem impacta diretamente no valor, já que a produção no campo diminuiu.

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