FRENTE Parlamentar da Química realizou visita ao Polo Petroquímico
O Polo Petroquímico de Triunfo recebeu nesta segunda-feira, 14, uma visita da Frente Parlamentar da Química, de autoridades políticas estaduais e também de representantes do setor. O encontro, que passou pelas empresas Braskem, Indorama-Oxiteno e Innova, foi uma oportunidade de os parlamentares conhecerem mais a fundo as operações da indústria química e propor um diálogo para encontrar uma saída para a crise no setor.
O presidente da Frente Parlamentar da Química, o deputado federal Afonso Motta (PDT/RS), destacou que o fortalecimento da indústria química nacional se dará através de uma regulação que garanta competitividade para as empresas nacionais e também por meio da mobilização em conjunto. “Vivemos um novo momento de trabalho a partir do movimento com todo o setor químico”, reforçou sobre a atuação da Frente Parlamentar da Química.
No último semestre, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), a demanda nacional por químicos de uso industrial apresentou resultados negativos, em termos de volume, na comparação com igual período do ano anterior. O consumo aparente nacional (CAN) recuou 4,6%, o índice de produção diminuiu 9,73%; o volume de vendas ficou com um percentual negativo de 11%, assim como as exportações com -3,9%. No mesmo período, as importações tiveram um crescimento de 0,6%. Já o nível de utilização da capacidade instalada atingiu 67%, o pior resultado dos últimos 17 anos.
De acordo com o presidente-executivo da Abiquim, André Passos Cordeiro, houve, a partir do começo dos anos 2000, um esforço muito grande da indústria química nacional em sua modernização e desenvolvimento, bem como na busca por uma química sustentável. Isso demandou investimentos e aumento do custo de produção.
“A gente é mais sustentável e os outros (setores químicos de países estrangeiros) são menos sustentáveis, então nós temos, por sermos mais sustentáveis, custos mais elevados (de produção) do que os que são menos sustentáveis e não estamos conseguindo competir com isso”, apontou explicou o presidente-executivo. Cordeiro que para mudar esse cenário é preciso criar medidas que busquem equilibrar e produzir uma competição justa e em parâmetros sustentáveis.
Polo da Química pode ter papel importante no desenvolvimento do setor
Presente no encontro, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, ressaltou que o Polo da Química de Montenegro tem um papel fundamental no futuro do desenvolvimento do setor. “É um distrito industrial que está próximo e ligado (ao Polo Petroquímico) e a gente quer potencializar as indústrias do segmento”, afirmou. No entanto, ele ressaltou que primeiro é necessário enfrentar a crise pela qual a indústria química está passando para potencializar as ações que visem o desenvolvimento e investimentos na área. “Um dos pontos fundamentais para a gente avançar é equacionar a questão da competitividade da matéria-prima”, ressaltou.
O secretário destacou que tanto o governador Eduardo Leite quanto o vice-governador Gabriel Souza têm enfatizado a importância do setor e pedido a união de forças para superar as dificuldades do setor e potencializar o segmento. Chefe da Casa Civil, Artur Lemos enfatizou que o governo estadual faz coro à regulamentação e ressaltou que um avanço no Polo da Química pode agregar valor à cadeia produtiva no Rio Grande do Sul, bem como gerar emprego e renda.
Representando Montenegro, o diretor de Indústria e Comércio, André Luis Klein Fernandes disse que havendo uma alteração na regulação – que pode vir até mesmo através da Reforma Tributária – haverá reflexo no Polo da Química. “Isso deverá incentivar o setor da indústria e, principalmente, há os valores agregados, a massa salarial que uma indústria permite. Com isso, nós temos reflexo na nossa cidade, no desenvolvimento do comércio e serviço”, apontou. Hoje, o Polo da Química conta com oito empresas instaladas e cerca de 40 lotes disponíveis.
Fernandes ressaltou que com a existência do distrito industrial com infraestrutura para receber indústrias também é preciso formação profissional e, no que compete ao Município, política fiscal adequada. “É ter um legislação moderna que cada vez mais atraia investimento para o nosso Município”, explicou.