Montenegrina assume a direção financeira do Grupo Imec

Com currículo invejável, Maria Elisabete Griebeler encara com tranquilidade mais um desafio em sua carreira

Muito além da conhecida rede de supermercados com unidade na cidade, o Grupo Imec tem sede em Lajeado e engloba indústria de panificação, engenho de arroz, restaurantes, atacado e centrais de conveniências, distribuição e fatiamento pelo estado e fora dele. E agora, tudo isso está sob a direção financeira de uma montenegrina. Maria Elisabete Griebeler foi contratada para o cargo recentemente e será um dos nomes que capitaneará o grupo em seu arrojado projeto de expansão.

“Está sendo bem bacana. A gente brinca que foi amor à primeira vista”, destaca Elisabete. A oportunidade surgiu há pouco mais de três meses, a partir de uma empresa de colocação de mercado que intermediou o contato entre o grupo e a atual diretora. Da entrevista para a contratação ao cargo foram poucos dias de espera. “Eu me identifiquei bastante com o perfil da empresa. Fiz uma entrevista com o presidente e os conselheiros em um sábado pela manhã e, na quarta, já fui à Lajeado conhecer a sede. Então acabei aceitando a proposta.”

A conquista é mais um passo na carreira invejável da filha de agricultor nascida na localidade de Santos Reis, no interior de Montenegro. Superando as dificuldades do início da vida, “Bete” é sócia fundadora do EML Assessoria Contábil, da Rumo – Negócios Imobiliários e da Brasport – Esporte e Lazer, três empresas montenegrinas. Formada em Contabilidade, tem pós-graduação em Controladoria e formação em Coaching; com experiência de onze anos de atuação na Ambev e mais onze anos na Stemac S/A.

Agora na direção do Grupo Imec, toda a bagagem acumulada nessa trajetória vem sendo usada nas novas atividades. “Claro que são segmentos diferentes, mas a experiência que eu tenho de Indústria tem ajudado bastante, principalmente no planejamento estratégico”, destaca. “Tudo o que eu aprendi, eu estou conseguindo colocar em prática neste trabalho.”

Trajetória que teve início em Santos Reis
Olhando para trás em sua história, Maria Elisabete aponta que sua paixão pelo empreendedorismo e o mundo dos negócios começou ainda muito cedo. “Eu sempre tive muita vontade de estudar e buscar conhecimento. Nossa família era muito humilde, então, para mim, o estudo era uma forma de eu ter um futuro melhor”, recorda. Com onze anos de idade, “Bete” já ajudava a mãe nos afazeres para uma empresa do ramo calçadista que existia em Santos Reis. “Era onde ganhávamos algum dinheiro para meus materiais escolares e outras despesas”, conta.

Já adolescente, saiu do interior para morar com uma tia, na cidade, quando acabou tendo seu primeiro contato com a área de finanças. Fazia o Ensino Médio à noite no São João Batista e, durante o dia, trabalhava como “office-girl” no Estecon, escritório que, na época, era referência na área contábil em Montenegro. Muitos dos principais nomes da contabilidade na cidade, hoje, passaram por ali.

Pró-ativa e cheia de vontade de aprender, a jovem Maria Elisabete foi sendo promovida rapidamente de setor em setor. “Eles foram me valorizando muito rápido. Acabou que eu passei por todos os departamentos do escritório até que, nos últimos anos, eu cheguei ao Contábil, que era, assim, o setor top do negócio”, destaca.

Nesse meio tempo, a formatura no Ensino Médio foi emendada com a formação técnica na área contábil. O curso foi feito em Porto Alegre, na Associação Cristã de Moços, uma referência na área.

Logo depois ingressou na Universidade do Vale do Rio dos Sinos, em São Leopoldo, onde fez sua graduação em Ciências Contábeis e mais recentemente, pós-graduação em Controladoria. “Eu fiz tudo em sequência para não perder o pique”, brinca.

“Bete” acumula anos de experiência no Setor Privado
Após onze anos no Estecon, Maria Elisabete e mais duas colegas saíram para abrir um escritório de contabilidade próprio. “Nós trabalhávamos cada uma em um departamento e queríamos buscar um método diferente de trabalho”, justifica. Nascia o EML Assessoria Contábil no ano de 1995.

Mas ainda muito jovens, o trio de empreendedoras logo sentiu o desafio de manter o negócio iniciante. Foi quando “Bete” se dispôs a procurar um emprego fora para custear o novo negócio. Iniciava sua trajetória na Ambev, ainda na unidade de Montenegro. Por cinco anos, parte do salário recebido era colocado no escritório, até que a empresa chegasse ao equilíbrio. Hoje, o EML emprega cerca de 20 colaboradores, tendo comemorado recentemente 24 anos de existência.

Na Ambev, Maria Elisabete logo foi promovida a contadora e, após o fim das atividades da fábrica em Montenegro, foi transferida para a unidade de Sapucaia, já com a junção da empresa à Pepsi. Não demorou para mais uma promoção. A montenegrina tornou-se gerente administrativa financeira, assumindo todo um departamento.

Em onze anos na empresa de bebidas, a montenegrina passou por diferentes unidades, chegando, inclusive, a coordenar a central financeira de todo o Estado. Seus últimos dois anos na companhia foram no exterior, quando viveu por dois anos na Argentina, se desdobrando entre as unidades do interior do país e também do Uruguai.

Buscando reduzir a correria das viagens, Maria Elisabete foi atrás de oportunidades mais próximas. Foi quando saiu da Ambev em 2007 e chegou à Stemac S/A, com sede em Porto Alegre. E, por lá, o destaque profissional não foi diferente. Entrou como gerente administrativa financeira e acabou conquistando o cargo de diretora, sendo a primeira mulher em 65 anos de história de empresa a assumir uma posição na diretoria. Pela Stemac, “Bete” também morou por quatro anos em Goiás, dirigindo uma unidade recém inaugurada no Centro-Oeste do país.

“Eu acho que o que sempre impulsionou o meu desempenho foi minha vontade de aprender”, ela avalia. “Eu nunca me considerei inteligente. Sempre fui uma pessoa persistente e bastante dedicada no meu aprendizado.”

“Eu tenho empreendedorismo na veia”, destaca Maria Elisabete
No meio disso tudo, Maria Elisabete ainda abriu outros dois negócios. “Eu tenho empreendedorismo na veia. Vejo uma oportunidade de negócio em tudo”, ela brinca.
Foi assim que nasceu a ideia da Brasport – Esporte e Lazer. “Bete” ouviu seu irmão reclamando do mau-estado das quadras de futebol society em Montenegro e viu, ali, uma possibilidade de investir. Foi pesquisar a concorrência, conheceu empreendimentos fora, aprendeu o funcionamento prático da atividade e, assim, construiu o prédio no bairro Rui Barbosa e inaugurou a empresa em 2005. “Foi um negócio muito certeiro. Tanto que, quando fomos inaugurar, já tínhamos todos os horários de aluguel fechados”, recorda.

De forma parecida, foi assim que nasceu a Rumo – Negócios Imobiliários. Concebida em parceria com o esposo, a ideia do empreendimento surgiu quando o casal ainda morava em Goiás, antes da saída de Elisabete da Stemac. “A gente montou a Rumo pensando em atendimentos mais personalizados”, destaca a empresária. A empresa foi inaugurada em 2017.

E como se tudo isso não bastasse, “Bete” ainda vem dedicando parte do seu tempo para dividir um pouco dos conhecimentos que adquiriu com os demais empresários, realizando palestras e treinamentos in company. “Isso é muito importante para mim e é algo que eu faço porque eu gosto”, destaca. “Compartilho temas de gestão financeira e gestão de empresas para estes treinamentos. Para mim, é uma alegria poder dividir minha experiência.”

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