Silvio Arend destacou a importância de organizar as finanças
O início do ano é um momento crucial para muitas pessoas que buscam organizar suas finanças e estabelecer metas econômicas. Para ajudar nesse processo, o Estúdio Ibiá entrevistou o economista Silvio Cesar Arend, coordenador dos cursos de Ciências Econômicas e Relações Internacionais da Unisc, que compartilhou dicas sobre como começar o ano com o pé direito nas finanças.
Na entrevista, Silvio destacou a importância de organizar as finanças desde o início do ano. “É o momento de colocar as contas no papel, seja em uma planilha eletrônica ou até mesmo no caderno, para ver o que temos de contas para pagar no começo do ano e como vamos seguir ao longo de todos os meses”, orienta. Ele alerta que, no final de ano, é comum o acúmulo de despesas, como presentes, festas e impostos, como o IPVA e o IPTU, o que torna ainda mais necessário planejar o orçamento.
O economista também explicou que é fundamental conversar com a família sobre as finanças. “É importante que todos façam parte importante na discussão do orçamento familiar”, aconselha. De acordo com o economista, o planejamento de um orçamento realista pode fazer toda a diferença para o ano de 2025.
Sobre a divisão do salário, Silvio recomenda que, sempre que possível, 30% da renda seja destinado à poupança e à preparação para imprevistos. “É preciso fazer uma reserva ao longo da vida, seja numa caderneta de poupança ou em outras aplicações financeiras”, sugere. Essa poupança pode ser crucial, principalmente em momentos de necessidade, como um gasto inesperado ou a aposentadoria. O economista enfatiza que, mesmo com salários mais baixos, é possível começar a economizar. “Se não é possível guardar grandes quantias, o importante é começar com um valor simbólico, como R$ 50 ou R$ 100 por mês e a partir disso ir criando o hábito de economizar”, orienta.
Silvio alerta que, com a atual crise de endividamento das famílias, muitos têm dificuldades para controlar os gastos. “Cerca de 70% das famílias não conseguem dar conta de suas contas ao longo do mês”, aponta. Um erro financeiro muito comum é recorrer ao cheque especial ou utilizar o cartão de crédito como uma extensão da renda, o que pode criar uma bola de neve de dívidas. “As famílias devem evitar ao máximo o uso do crédito como recurso para despesas correntes”, aconselha.
Além disso, o economista recomenda cautela nas compras e na hora de assumir dívidas. “Antes de comprar, pergunte-se: ‘Eu preciso disso agora? Tenho condições de pagar sem comprometer meu orçamento?’”, sugere. O economista destaca que as compras por impulso são uma das principais causas de comprometimento financeiro, por isso é importante pensar com calma antes de tomar decisões de consumo.
Para finalizar, ele destaca que, apesar das tentações de consumo e dos altos juros, é essencial criar a cultura de poupança. “Começar com um valor pequeno e ir aumentando gradativamente já é um bom começo para alcançar uma saúde financeira mais tranquila”, conclui.