Desvalorização do petróleo reduz preço da gasolina, mas reflexo nas bombas ainda é devagar

Uma das conseqüências da pandemia do novo coronavírus no mundo foi a redução da demanda por petróleo. Com empresas parando, muitas viagens sendo canceladas e até proibidas, o preço do commodity caiu. Essa desvalorização acabou se acentuando quando a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), vendo a situação, propôs uma redução de produção para sustentar preços. A Rússia não concordou com a proposta e, em retaliação, a Arábia Saudita aumentou ainda mais sua própria produção. Foi quando o valor do petróleo despencou de vez.

No Brasil, na sexta-feira passada, a Petrobrás passou a vender a gasolina 9,5% mais barata nas refinarias, reflexo deste fenômeno. Em média, por lá, foi um corte de R$ 0,16, mas ainda há pouco impacto verificado nos preços que são praticados junto ao consumidor final em Montenegro. A gasolina comum custava, em média, R$ 4,59 nos postos da cidade na sexta de manhã, quando a Petrobrás lançou os novos preços. Ontem, 17, o preço médio do produto estava em R$ 4,55.

É que há a interferência de outros fatores na precificação, além do custo do combustível. Negociação com a distribuidora, custo com funcionários e despesas, e a própria relação de concorrência balizam o valor cobrado do consumidor pela gasolina abastecida por aqui. Há também a questão tributária – foco de debate entre a União e os estados – onde o principal peso está no ICMS, cuja alíquota ainda não foi reajustada de acordo com os novos preços praticados após o corte da Petrobrás. Essa atualização deve acentuar a redução nos próximos dias.

Levantamento da reportagem do Ibiá já vem mostrando, no entanto, que o preço do produto está em queda desde o início do ano. O valor médio da gasolina comum foi de R$ 4,70 em janeiro para R$ 4,68 em fevereiro e, então, para os R$ 4,55 verificados ontem. Poderia até ser razão de comemoração, não fossem tão negativos os fatores responsáveis por essa redução.

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