Alterar a política de privacidade em todo o mundo é o objetivo da empresa, por razão de segurança
A partir de hoje, 25, o WhatsApp irá elevar a idade mínima dos usuários de 13 para 16 anos na Europa. A medida foi tomada em reposta ao Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) da União Europeia, que entra em vigor na mesma data e se aplica a todos os cidadãos europeus, de acordo com o anúncio oficial da marca.
Controlado pelo Facebook, atualmente esse é um dos aplicativos (App) mais utilizados no mundo, com cerca de cerca de 1,5 milhões usuários Isso graças ao envio e recebimento de mensagens de texto, vídeos, fotos e até chamadas de voz que ele permite, tudo de forma rápida e fácil. O GDPR estabelece 16 anos como a idade em que um menor pode autorizar sozinho a utilização de seus dados pessoais, e assim, acessar os serviços que solicitem este tipo de informação.
Com a mudança, o aplicativo se torna um dos primeiros serviços de mensagem online a responder às novas regras da União Europeia sobre a administração de dados de usuários. Em um comunicado, o WhatsApp ressaltou que o objetivo da alteração proposta a partir das novas leis estabelecidas é possibilitar mais transparência sobre como as informações da internet são usadas online. Assim, “a empresa renova então seus termos de uso e sua política de privacidade onde o novo regulamento entrará em vigor”, disse a empresa em comunicado.
A partir das novas regras, está proibido o processamento de informações pessoais sobre crianças menores de 16 anos, a medida só não se aplica para casos em que os pais ou responsáveis aprovem. A idade mínima para o uso do aplicativo fora da União Europeia continuará a ser de 13 anos. Porém, a empresa pretende implementar a mudança para todos os países futuramente.
Em Montenegro, a cabeleireira Márcia Azevedo, 37, acredita que esse tipo de mudança não interfere de fato no acesso dos usuários e classificou a novidade como “péssima”. Adepta das redes sociais, ela é um exemplo de como essas tentativas de controle são insuficientes, de modo que para infligir os termos, basta clicar em um botão. Mãe do Arthur, de 11 anos, além de permitir que o filho tenha acesso ao WhatsApp, ela conta que a praticidade e agilidade do aplicativo proporciona um contato direto com ele durante o dia, o que lhe deixa mais segura.
“No caso do Arthur, ter o aplicativo ajuda até na escrita, sem contar que a distância entre ele e o pai diminuiu, já que moram longe um do outro”, disse Márcia. “Eu passo o dia no trabalho e é graças a essa rede social que consigo saber que acontece com meu filho, o que ele tá fazendo, por onde anda e uso até para ensinar as atividades de casa”.
Embora o aplicativo de mensagens instantâneas esteja bastante presente na vida familiar, Márcia ressalta que sempre toma alguns cuidados especiais com o filho. “Eu sempre dou uma espiada”, comenta a cabeleireira, ciente dos perigos que envolvem o filho diante do acesso à internet. “Eu olho tudo, as conversas com amigos, fotos baixadas e nunca deixo levar pra escola”.
O que dizem as novas regras
As novas regras estabelecidas pelo Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) definem que terão que respeitar a vontade dos cidadãos europeus que não querem fornecer seus dados ou que solicitam que suas informações sejam apagadas. Com a medida, os setores de investimento em tecnologia, processos e treinamento de equipes serão afetados.
Por enquanto, apenas as empresas brasileiras que possuem negócios com os países europeus precisam se preocupar com as mudanças da GSPR, sobretudo aquelas que atuam na área do marketing.
WhatsApp em números
O aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp foi comprado pelo Facebook em 2014 pelo valor de US$ 22 bilhões e está disponível em 60 idiomas. De acordo com o site Statista, o app acusa o envio de cerca de 55 bilhões de mensagens diariamente, 4,5 bilhões de fotos compartilhadas por dia e 1 bilhão de vídeos.