Telentregas ameaçadas: Motoboys querem mais espaços na Faixa Nobre

MOTOQUEIROS reclamam que espaços destinados a eles são poucos e levantam dúvidas sobre telentregas

“Do jeito que foi criado, não tem como a gente trabalhar. Se não pode parar nas vagas de carros, como vamos fazer as entregas?”. O questionamento é do motoboy Eduardo Santos de Souza, de 22 anos, preocupado com o futuro do seu trabalho depois da implantação do estacionamento rotativo pago. A cobrança pelo uso das vagas no Centro começa dia 15 de junho e, embora as motos estejam isentas, os espaços destinados a elas são considerados poucos. Além disso, os motociclistas não poderão parar nos locais reservados a carros, o que inviabiliza o trabalho de telentrega.

O supervisor de operações da Serbet, Fábio Smanhoto, conhece a reivindicação dos entregadores e se mostra disposto a buscar alternativas. O Departamento de Trânsito da Prefeitura também é sensível ao protesto, mas avisa: qualquer modificação ocorrerá somente depois que o sistema estiver em funcionamento. De acordo com a assessoria de comunicação da Prefeitura, o projeto é novo e certamente vai requerer ajustes. Para o DTT, porém, é necessário um período de observação para, em seguida, fazer as modificações necessárias.

Na demarcação das vagas, a Serbet reservou alguns “bolsões” para motos, mas apenas dois ou três na maioria das quadras. E antes mesmo da cobrança iniciar, eles estão sempre lotados. “Com certeza, o número de motos no Centro vai aumentar muito, então já sabemos que não haverá lugar”, acrescenta Eduardo, o “Dudu”.

O receio dos motoboys é que a Faixa Nobre inviabilize o ganha-pão da categoria. “Eu, por exemplo, trabalho no ramo alimentício e fico com a moto na frente do estabelecimento até que os pedidos estejam prontos. A partir de agora, vou esperar aonde se não tem vaga de moto por perto e não posso ficar na vaga dos carros”, reforça Eduardo. “E na hora da entrega, se tiver que levar um xis na Ramiro, vou deixar a moto num dos bolsões e entregar a pé?”, acrescenta.

Também atuando no serviço de telentrega de lanches, Carlos Nunes de Oliveira, 23 anos, ressalta que, diante da pandemia do coronavírus, o serviço aumentou bastante, especialmente na hora do almoço. “Muitas lancherias e restaurantes estão vivendo quase só da entrega nas casas. Então, acho que a Prefeitura deveria fazer algo para ajudar e não para prejudicar”, cobra. “Não precisa esperar começar para ver que vai dar problema”, reclama.

Os profissionais sugerem a demarcação de uma vaga de moto em frente a cada bar e restaurante e que, na entrega domiciliar, o motoboy possa usar as vagas de carros por até 10 minutos. “Por que não cadastram o pessoal que atua no ramo? Aí os monitores poderiam conferir as placas e recolher a moto de quem não está na lista”, propõe Carlos.

Aplicativo para compra de “tempo” à disposição

Disponível para os sistemas Android e IOS, o aplicativo “Estacionamento Digital”, uma das modalidades de pagamento pelo tempo de uso das vagas, já está disponível nas lojas virtuais Play Store e App Store. Para “baixar”, inicialmente é preciso informar alguns dados para o cadastro: nome completo, CPF ou CNPJ, e-mail, placa do carro ou moto, e criar uma senha.

Após o preenchimento de todos os campos, é enviado um link de ativação da conta para o e-mail informado. Mas atenção: insira um e-mail válido, pois sem a confirmação do mesmo, não será possível comprar créditos virtuais. Depois da ativação do cadastro, o usuário entra no app e a tela já mostra o saldo. Também é possível obter um extrato detalhado na palma da sua mão.

Em “Comprar”, na tela inicial, pode-se adquirir créditos para toda a rede ou apenas para Montenegro, em valores que vão de R$ 10,00 a R$ 80,00. O pagamento deve ser efetuado com cartão de crédito ou débito. A função boleto está disponível apenas para compras acima de R$ 50,00.

Na hora de estacionar, o usuário do aplicativo apenas indica o tempo de ocupação da vaga. Os monitores, por meio da leitura digital da placa, saberão que o pagamento pelo uso do espaço já foi realizado.

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