Das mais de 65 mil vagas destinadas ao Jovem Aprendiz, menos da metade (46%) estão preenchidas no estado do Rio Grande do Sul. O programa é destinado aos jovens com idades entre 14 e 24 anos que buscam ingressar no mercado de trabalho.
Conforme o projeto do governo federal criado a partir da Lei da Aprendizagem (Lei 10.097/00), as empresas de médio e grande porte têm que reservar de 5% a 15% do seu quadro de pessoas para esse público. Porém, o Ministério do Trabalho está notificando organizações de 39 municípios gaúchos para que cumpram a determinação. O controle do preenchimento das vagas é feito pelos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Algumas instituições desenvolvem iniciativas que visam capacitar e encaminhar esses jovens ao mercado de trabalho a partir do programa, como é o caso do Centro de Integração Empresa Escola do Rio Grande do Sul (CIEE-RS). Embora Montenegro não esteja na lista das cidades que serão advertidas, o supervisor executivo do CIEE, Douglas Aprato, acredita que o cenário da economia tenha contribuído para esse resultado.
“Nós temos uma procura diária muito grande em relação às vagas de aprendizagem. Talvez o aspecto econômico dos últimos anos tenha influenciado para que alguns setores tivessem mais dificuldades que outros. Contudo, a maioria das empresas que passam a ter o jovem aprendiz ficam satisfeitas com o resultado e contratam o aprendiz”, disse o executivo, destacando a importância da fiscalização para o desenvolvimento do programa.
De acordo com o levantamento, cerca de 26 mil empresas gaúchas teriam que contratar esse público. A jovem Tainara Alessandra dos Santos, 19, faz parte do grupo que conseguiu uma vaga. Depois de seis meses atuando em uma empresa de Montenegro, ela salienta a importância da Lei de Aprendizagem para a conquista do primeiro emprego.
“Foi graças a essa iniciativa que pude conseguir minha primeira oportunidade no mercado de trabalho. Antes eu cursava Serviço Social, mas quando ingressei no jovem aprendiz, e entrei em contato com outra área, larguei a graduação e fui fazer o técnico em Segurança do Trabalho, porque eu realmente amei trabalhar com isso ”, ressalta.
O supervisor executivo do CIEE destaca que o cumprimento da Lei de Aprendizagem beneficia todas as partes envolvidas. “Quando o programa é desenvolvido dentro das orientações, ganha a empresa, com a formação de mão de obra, e o jovem, com a profissionalização”, diz Aprato.