Segundo um estudo feito pelo SPC e CNDL, 74% dos internautas usam o celular em ao menos uma etapa da compra
Aos poucos, as mudanças tecnológicas vêm transformando a sociedade, dando novos contornos a velhos costumes e hábitos da população. Um exemplo disso é a maneira como brasileiros estão consumindo produtos atualmente. Com base em um estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), os smartphones já são utilizados por 74% dos consumidores em ao menos uma de suas etapas de compras pela internet.
Quando se trata do público jovem, o uso do dispositivo móvel para esta finalidade é ainda maior, um total de 48%. Entre pessoas das classes C, D e E (38%) e mulheres (37%) os números se aproximam. A pesquisa ainda afirmou que o computador, seja um desktop ou um notebook, ainda é o instrumento mais utilizado na hora de adquirir produtos pelo meio virtual, com 66% de preferência.
Ao considerar o processo de compra pela internet como um todo, o estudo aponta que 33% dos internautas do país consideram os smartphones como a principal ferramenta de compra online, como pesquisa de produtos e serviços (32%), comparação de preços (28%) e pagamento (14%). Somente 24% dos entrevistados admitem não contar com o auxílio do celular nas compras que faz pela internet.
Se levado em conta que a sociedade caminha para um futuro cada vez mais tecnológico, o protagonismo dos dispositivos móveis para o comércio tende a aumentar consideravelmente nos próximos anos. A popularização de pacotes de dados de internet móvel e do alcance maior da banda larga têm contribuído consideravelmente com esse cenário. O gestor administrativo Tiago Martinelli, 30, conta que utiliza constantemente o celular para realizar compras online devido aos baixos custos dos produtos se comprados as lojas físicas.
“Os preços são bem mais flexíveis na internet, dependendo do valor da compra, em alguns casos, o frete ainda sai de graça. Então as vantagens são bem maiores do que consumir em uma loja física que tem gastos com funcionários e estruturas, o que acaba por tornar o custo dos produtos online mais atrativos”, revela o gestor administrativo, que costuma adquirir as mais variadas mercadorias por meios virtuais.
Entre os consumidores conectados, as lojas online já ocupam a primeira posição dos canais mais utilizados para fazer compras no último ano, um total de 93% de menções, ficando à frente das lojas de rua (62%) e dos shoppings centers (58%). Segundo o levantamento, os fatores que os internautas mais levam em consideração ao escolher um site ou aplicativo de compras é a possibilidade de frete grátis (58%), o preço dos produtos (51%) e a reputação da loja (37%). Em cada dez entrevistados, sete (68%) se sentem mais estimulados a comprarem pela internet quando não há cobrança de frete e 42% quando o tempo de entrega é reduzido.
Na opinião dos internautas que têm como hábito consumir pela internet, a principal vantagem percebida nesse tipo de compra é o preço mais baixo (53%), a comodidade de comprar sem sair de casa (43%) e a flexibilidade de poder realizar compras no momento em que quiser (33%). Já as desvantagens mais notadas são o pagamento de frete (64%) e o fato de não poder experimentar ou tocar o produto (58%).
Cobrança do frete como empecilho
A cobrança de taxa sobre os produtos online tem se tornado um desfio para quem vende na internet. De acordo com o estudo do SPC e CNDL, 64% dos internautas admitem que já desistiram de uma compra virtual no momento de concluir o pagamento e, nesses casos, o preço do frete, que encarece o valor final do produto (54%), é o principal empecilho.
Diante do perfil cada vez mais exigente dos consumidores digitais, o frete grátis tem se tornado um diferencial para os negócios dos varejistas na internet. Além disso, a pesquisa mostra que quando a compra é positiva, o consumidor tende a visitar novamente a loja online para novas aquisições. Exemplo disso, é que 91% dos entrevistados já compraram mais de uma vez em um mesmo site ou aplicativo, sobretudo em virtude da confiança na marca (53%) e pelos melhores preços (43%). Outro dado é que quando querem comprar um produto em uma plataforma digital desconhecida, 67% pesquisam o seu índice de reclamação em sites e aplicativos.
Satisfação nas compras
No atual cenário marcado pela interatividade, os resultados da pesquisa do SPC e CNDL apontam que o comércio online já conquistou a confiança de grande parte dos consumidores conectados do Brasil. Levando em conta a última aquisição que fizeram pela internet, 85% dos internautas ficaram satisfeitos, contra apenas 10% de compradores que se dizem arrependidos.
Além disso, em cada dez consumidores ouvidos, oito (78%) afirmam não ter enfrentado problemas em sua última compra feita pela internet. Outros 21% não passaram por uma experiência positiva, sendo que as queixas mais comuns foram a entrega fora do prazo (12%) e o não recebimento do produto (6%). Adepto das compras virtuais, o consumidor Tiago Martinelli, 30, revela que nunca teve problemas com relação a prazos de entrega. “Normalmente não demora muito, em torno de 10 dias para chegar, dependendo do tipo produto comprado”, conta Martinelli.
Entre os consumidores que enfrentaram algum tipo de contratempo com as compras online, 44% conseguiram, de algum modo, solucionar o problema. Nesse caso, 16% receberam o produto com atraso, 14% tiveram o dinheiro devolvido e 7% ficaram com crédito na loja. Outros 45% não conseguiram resolver o problema, sendo que 19% até mesmo desistiram da situação.
Saiba mais
A pesquisa ouviu 815 consumidores de ambos os gêneros, todas as classes sociais, capitais e acima de 18 anos que fizeram alguma compra online nos últimos 12 meses. A margem de erro é de no máximo 3,43 pp a uma margem de confiança de 95%.