Situação da cidade é preocupante, afirma o presidente eleito da ACI

Associativismo. Karl-Heinz Kindel convoca o empresariado a colaborar

Recolocar o empresariado montenegrino em posição de protagonismo é a principal tarefa do corretor de imóveis Karl-Heinz Kindel na presidência da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Montenegro e Pareci Novo (ACI) a partir do ano que vem. Não são poucas as lideranças que veem a “Cidade das Artes” bastante apagada, sem conseguir resolver históricos problemas e, pior do que isso, tendo dificuldade em manter a infraestrutura existente.

O presidente eleito da ACI se sente incomodado com isso e garante arregaçar as mangas para construir alternativas com o apoio de seus pares e quem mais puder colaborar. Na última terça, ele foi eleito mediante um processo tranquilo que teve chapa única. A partir da próxima semana começam as reuniões com os demais colegas a fim de traçar um plano de ação.

Kindel está retornando à casa, em cuja direção esteve entre os anos de 2011 e 2013, sendo sucedido pelo médico Waldir João Kleber, nos últimos cinco anos. Este, por sua vez, entregará no final do ano a associação enxuta — os ativos atualmente somam R$ 869 mil, dos quais cerca de R$ 598 mil encontram-se aplicados em bancos. A nova gestão irá discutir a possibilidade de investir na construção de uma nova casa para os empresários, mas é preciso que eles se engajem mais, inclusive discutindo soluções para a cidade.

Quais serão os projetos da diretoria para o biênio 2018-2019?
A gente ainda não fez uma reunião de trabalho antes que a eleição fosse realizada, que é um aspecto formal. Mas o que pretendemos trabalhar é em cima da mobilização do empresariado. Acreditamos que o empresariado anda meio acanhado, meio escondido e que tem de mostrar mais a cara, tem que aparecer, participar não só da ACI em si, mas dos problemas da cidade, da sociedade, e do debate das soluções. Acho que terceirizamos demais as responsabilidades para os políticos. Por conta disto, estamos colhendo os frutos hoje. Chegou a hora de encararmos o debate. Questionar, pontuar e colaborar em vez de somente achar o problema. Trazer opiniões, fazer proposições, porque esse é também o papel do empresariado. A nossa contrapartida social é também debater as questões que se apresentam ou que afligem a sociedade. Podemos colaborar muito com o município.

Como é que o empresário Karl Kindel vê Montenegro hoje em seus aspectos positivos e também nos que precisam ser melhorados?
É uma situação muito preocupante. A cidade veio perdendo muito em termos gerais, nos últimos anos, em todas as esferas, ou seja, em âmbito educacional, infraestrutura, organização da administração pública, perdemos mobilização da sociedade. Nos conselhos municipais, por exemplo, nós temos 35 conselhos aproximadamente e não vê que isso seja uma colaboração importante. Isso é porque não estão organizados adequadamente ou porque não são ouvidos como deveria. Mas ao mesmo tempo em que é preocupante, existe espaço para a gente instigar mais esses pontos.

Você assume o cargo em 1º de janeiro de 2018. O que espera da economia brasileira a partir de então?
Projetar qualquer cenário no Brasil é comprar uma bola de cristal vinda do Paraguai. Não sou economista, mas espero que a economia continue avançando gradativamente e de forma sustentável. E não de outra forma que já vivemos, em que houve uma euforia muito grande que logo depois se transformou em frustração. Rapidamente nós perdemos o chão e também o norte. A despeito da conjuntura política brasileira, que não merece consideração — todos sabem o que a gente vive —, o Brasil tem mostrado autossuficiência ou maturidade para descolar um pouco desse aspecto. Isto é positivo à medida que nos damos conta de que dependemos essencialmente do político para levar o país adiante, pode ser que esse seja o caminho para revertemos essa crise política tão intensa.

O projeto de construção de uma nova sede para a ACI será amadurecido pela nova diretoria?
Esse é um sonho bastante antigo de outras diretorias. É verdade que a entidade vive uma administração saudável. Tem dinheiro em caixa, não deve nada para ninguém. Tem sim a sua própria sede, mas está em tempo de investir em uma nova. Enfim, é um sonho de todo o gestor que chega aqui. Se houver possibilidade financeira de viabilizar esse projeto, isso dentro de uma gestão responsável — porque jamais assumirei um compromisso que depois não possa cumprir —, posso dizer que é sim um sonho da gente. Seria interessante para nós, hoje, termos um auditório. A entidade, hoje com 96 anos, merece sim uma casa nova. Não é uma promessa, mas reconheço que é sim uma possibilidade.

Quando a nova diretoria deve reunir-se para traçar os planos?
Semana que vem já devo fazer a primeira reunião com o grupo.

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