Um comunicado divulgado pelo Sindicato dos Municipários de Montenegro (SIMM) gerou indignação entre servidores da Prefeitura. O texto, assinado pelo presidente da entidade, Carlos Henrique da Rosa, fala das negociações para a reposição salarial do funcionalismo junto ao novo governo, trazendo críticas sobre a forma como a questão vem sendo tratada dentro do Palácio Rio Branco. O material foi publicado na quinta-feira passada, mas só nessa terça, 26, que “viralizou” na página do sindicato no Facebook, já tendo recebido diversos comentários. A repercussão fez o Executivo se manifestar, dizendo estranhar o tom usado pela entidade.
Rosa conta, no texto publicado, que o primeiro passo nas negociações para a reposição salarial de 2021 aconteceu no dia 7 de janeiro, com uma apresentação ao novo governo. Houve, então, uma segunda reunião, no dia 18, dando continuidade à pauta. “Ouvimos colocações sobre dificuldades apresentadas pelo representante do Município e seus demais acompanhantes. Inclusive, ponderações de alguns assessores que diziam esperar mais dedicação de alguns servidores que estavam com alguma resistência a colaborar em determinadas situações”, revelou o presidente do Sindicato.
Ele aponta que, no encontro, se colocou que, embora as funções de alguns servidores não pudessem ser exercidas pela pandemia, a Administração teria verificado que eles “não se prontificavam a trabalhar em tarefas diversas”. A entidade retrucou, dizendo que foi a de que falta aos servidores públicos mais capacitação profissional e melhores ferramentas de trabalho diante do “sucateamento do Patrimônio Público”.
A resposta do Governo Zanatta veio num comunicado oficial, da mesma forma, através de redes sociais: “De forma alguma, o Executivo transfere aos servidores públicos as responsabilidades sobre os problemas estruturais que vêm sendo enfrentados com coragem e muito trabalho pelo novo governo. Ponderou-se, apenas, a estranheza em ver alguns funcionários públicos afastados de suas atividades por se enquadrarem em situações de risco sem, nos demais momentos de suas rotinas, adotar comportamentos e atitudes compatíveis com tal condição. Estas situações serão avaliadas individualmente, na forma da lei.”
Sobre as negociações para a reposição salarial, a Prefeitura esclareceu que existe lei, sancionada pelo presidente da República, que estabelece que a União, os estados e municípios afetados pela calamidade pública em decorrência da pandemia ficam proibidos, até o fim de 2021, de conceder, a qualquer título, vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a membros de Poder ou de órgão, servidores e empregados públicos e militares.
“Diante dessa realidade, o prefeito e sua equipe ressaltaram que qualquer decisão será precedida de um criterioso estudo técnico e jurídico, que vise conciliar os interesses da categoria com a realidade financeira do Município. Este trabalho ainda não foi concluído”, aponta a nota.