A Sexta-feira Santa é o único dia do ano em que a Igreja Católica não celebra missas. De acordo com o padre Diego Knecht, isso ocorre por dois motivos principais, que estão ligados ao significado da data e à estrutura litúrgica da Semana Santa.
O primeiro motivo é simbólico: neste dia, os fiéis recordam a paixão e morte de Jesus na cruz. “É o momento em que a Igreja faz memória da crucificação, um gesto de reverência máxima ao sacrifício de Cristo”, explica o sacerdote. Por isso, a ausência da Eucaristia reforça o silêncio e a solenidade da data.
O segundo motivo está ligado ao chamado tríduo pascal, iniciado na noite de Quinta-feira Santa e concluído no Sábado Santo, com a Vigília Pascal. Segundo o padre, “são três celebrações que formam uma única celebração contínua”. Na quinta-feira, ocorre o rito do Lava-pés e a Instituição da Eucaristia. A sexta-feira é dedicada à leitura da paixão, à oração universal e a adoração da cruz. E o sábado encerra o tríduo com a Vigília Pascal, que inclui a bênção do fogo, o acendimento do círio pascal, a liturgia da palavra e a renovação das promessas do batismo.
Como parte dessa única celebração em três etapas, a Sexta-feira Santa não começa com o sinal da cruz e não tem bênção final, diferentemente das missas tradicionais. “Esse rito contínuo expressa o caminho da morte à ressurreição”, afirma o padre Diego.
A ausência de missa, portanto, é uma escolha litúrgica e espiritual que convida os fiéis à reflexão sobre o sacrifício de Cristo e à espera da ressurreição, celebrada na noite do sábado.