Ribeirinhos do interior ainda sofrem na enchente

VÁRZEA do Caí em Porto Garibaldi e Volta do Anacleto saturou

A segunda maior enchente da história de Montenegro, assim como de outras cidades do Vale do Caí, ainda afeta comunidades ribeirinhas da Zona Rural. Entre segunda e terça-feira, dias 20 e 21, havia pessoas desalojadas em Porto Garibaldi e Volta do Anacleto precisando de ajuda. A equipe formada por Defesa Civil do Município, Corpo de Bombeiros e pelotão do Exército Brasileiro resgatam pessoas e entregam donativos.

A várzea do Caí extravasou de forma extraordinária naquela região da divisa com Nova Santa Rita. Na noite da segunda-feira, a água avançou sobre pistas da BR-386, interrompendo parcialmente a passagem pelo pedágio da CCR ViaSul.

Em Porto Garibaldi, o trabalho se estendeu até as 22 horas daquele dia, com pessoas, especialmente idosos e enfermos, sendo resgatados pela Secretaria de Saúde. As pessoas estão abrigadas na associação comunitária, onde foi montada uma base operacional, e receberam colchões da Assistência Social.

Os moradores da Volta do Anacleto foram socorridos ao longo da terça-feira. Em média, 275 famílias foram flageladas nestas localidades. “Houve grandes perdas. O Rio subiu muito”, assinalou o responsável pela Defesa Civil, Clóvis Pereira.

Doações aos desalojados
A situação em Montenegro é classifica como de calamidade,e pede união de esforços e solidariedade. São pedidos doações, especialmente, de água potável; produtos de higiene pessoal e de limpeza; roupas de cama e colchões; além de alimentos não perecíveis (leite)
*As doações devem ser entregues na sede do Cras, na Rua La Salle, bairro Municipal (perto do Mercado Desco/ atrás do presídio albergue)

Doações de móveis
A Administração Municipal criou um espaço para receber doações de móveis e eletrodomésticos. Quem tiver itens em boas condições para doar pode levar até o Ginásio Cinco de Maio, na Avenida Ernesto Popp (ao lado da Escola Cinco de Maio e perto dos Bombeiros). As equipes de Assistência Social farão o repasse aos atingidos pelas cheias

Prefeitura cria chave Pix para doações

Faça sua doação

A retomada da rotina destas centenas de famílias montenegrinas também requer recursos financeiros. Para tanto a Administração Municipal lançou a Campanha Montenegro Solidária e criou uma chave PIX para receber doações em dinheiro. Qualquer valor é bem-vindo. A conta pode ser acessada através da chave Chave Pix CNPJ: 90.895.905/0001-60 ou por meio deste QR Code abaixo.

 

 

Emei Tio Riba sofre grandes prejuízos com a enchente
A Escola Municipal de Educação Infantil Adenillo Edgar Rubenich, mais conhecida como Tio Riba, no bairro Ferroviário, foi uma das mais afetadas pela grande enchente do último final de semana. Berços, móveis, brinquedos, livros e outros materiais foram atingidos pela cheia, que chegou à parte superior da Emei. “A gente já previa uma enchente, mas não desse porte. Nunca tinha sido desse maneira”, diz a diretora Laís da Rosa Conceição, apontando que chegou a 83 centímetros de água dentro do educandário. “Temos que limpar tudo e recomeçar”, completa, agradecendo a força-tarefa de funcionários e familiares de alunos, que ontem estavam com vassouras limpando e levantando os móveis.

Funcionários e pais estão fazendo um mutirão de limpeza

No sábado, a comunidade escolar e direção foram duas vezes erquer móveis, mas a água alcançou nível surpreendente. Foram perdidos móveis de criançs, 6 berços, trocadores de fraldas, mesa de professores, balcão da secretária, itens de limpeza, como papel higienico, além de documentos da secretaria, mas ainda não há contabilização do prejuízo.

A diretora ainda não tem previsão de quando a creche estará recuperada para o retorno das aulas das 240 crianças, mas acredita que isso só deve ocorrer na próxima semana. “Estamos vendo ainda e iremos avisar os pais”, informou.

A terça-feira foi de limpeza e separação de materiais

O prefeito Gustavo Zanatta visitou ontem a EMEI Tio Riba e de imediato chamou servidores do município para ajudar. “Vamos fazer um mutirão para limpar tudo o quanto antes”, declarou, surpreso com os estragos. “Levantamos tudo que era possível, prevendo que não seria maior que a enchente de junho, quando atingiu 43 centímetros de água na escola. Mas agora foi o dobro. Foi até a parte de cima”, conclui.

Na EMEI do Ferroviário entrou quase um metro de água

Casas em que a enchente nunca tinha entrado tiveram os móveis destruídos
O sentimento dos moradores do bairro Ferroviário, em Montenegro, era de desolação. “Levantamos o que dava. Foi horrível. Entrou na cozinha. Estragou o roupeiro e os móveis. Só conseguimos salvar a geladeira e a máquina de lavar”, falou Jussara Kunrath, de 66 anos, enquanto, junto com os demais familiares, colocava os entulhos na calçada da Rua Olavo Bilac, para ser levados pelo caminhão da Prefeitura.

Água invadiu casas que nunca tinham sido atingidas

Ontem mesmo apenados do regime semiaberto do Instituto Penal carregavam o que restou dos móveis e utensílios, colocando em uma retroescavadeira que erguia para os caminhões levarem. Pelas várias ruas do bairro Ferroviário, onde a água baixou, os entulhos se espalham pelas calçadas. “Entrou quase meio metro dentro de casa. Só salvamos o sofá”, lamentava o casal Daniela e Geovani, enquanto faziam a limpeza.

Já Marina Trindade mostrava a situação ao prefeito Gustavo Zanatta. “Igual agora nunca tinha visto. Compramos uma cozinha nova semana passada e ficou destruída”, lamentou. “Agora queremos sair daqui, Nunca se sabe quando vai ser a próxima enchente”, completou.

A Prefeitura iniciou ontem, terça-feira, o recolhimento dos entulhos pelo bairro Ferroviário. E depois deve seguir também pelo bairro Industrial e outros pontos atingidos pela cheia. A orientação, segundo o secretário municipal de Viação e Serviços Urbanos, Neri de Mello Pena, o Cabelo, é justamente deixar os materiais descartados nas calçadas para que as equipes da Prefeitura possam realizar o recolhimento.

Apenados do Instituto Penal ajudam na limpeza e retirada de móveis descartados pelos moradores

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