Resultado da Audiência Pública vai para Schirmer

Segurança. Apesar de Montenegro ter uma escola de formação de soldados, déficit na BM é de cerca de 170 agentes

A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) da Câmara de Vereadores de Montenegro promoveu uma audiência pública tendo como tema principal a segurança. O evento foi realizado na noite de segunda-feira, 11, na sede do Legislativo. Participaram do encontro representantes das polícias Civil e Militar, subseção local da Ordem dos Advogados do Brasil, Ministério Público, Associação Comercial, deputados, representante do presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa, Catarina Paladina, e demais interessados no assunto. Porém, nenhum representante da secretaria estadual de Segurança se fez presente. Conforme a presidente da CCDH, Vereadora Josi Paz, a audiência atingiu o propósito de mobilizar a sociedade a discutir sobre a necessidade de investimentos na ampliação dos efetivos e no melhoramento das condições de trabalho da polícia.

O vice-presidente da Associação dos Oficiais da Brigada Militar, coronel Marcos Paulo Beck, demonstrou uma visão nada otimista em relação ao tema discutido. “A tendência é que a situação se torne ainda pior”, relatou. Para ele, é preciso que os governantes parem de fazer promessas e passem a agir. Mas para que isso ocorra deve haver pressão por parte da sociedade, com ações como o movimento que começa a surgir a partir da audiência pública.

Assim como Beck, outras manifestações foram realizadas com o intuito de demonstrar apoio e também relatar experiências que comprovam as dificuldades enfrentadas pelas forças de segurança. De acordo com Josi, a ata da reunião será entregue a Cezar Schirmer, secretário de Segurança Pública do Estado com o objetivo de sensibilizar o Governo sobre a necessidade de ampliar os efetivos da BM e PC de Montenegro, o que dará reflexos nos demais municípios da Região do Vale do Caí, atendidos pelo 5º Batalhão da Brigada Militar e Delegacia de Pronto Atendimento.

A vereadora ressaltou ainda que Montenegro possui uma das quatro escolas de formação de soldados do Rio Grande do Sul e que este ano formou cerca de 700 novos soldados. Contudo, nenhum desses policiais foi designado a prestar serviços na cidade. “Em certos momentos estamos com a cidade cheia de brigadianos e em outros não temos nenhum. Não é possível admitir isso”, reiterou.

Segundo dados estatísticos, a Brigada Militar vem atuando com déficit superior a 170 policiais. A Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher possui dois funcionários, enquanto que o número de inquéritos supera a marca dos 9 mil. Já a Penitenciária Modulada possui 1650 presos, mas sua capacidade é para atender 988 detentos, dados que comprovam a precariedade no sistema de segurança pública.

RS tem duas vezes mais suicídios que País

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Beck demonstrou uma visão nada otimista em relação ao tema da Segurança Pública

Para o coronel Marcos Paulo Beck, a sociedade e seus governantes devem valorizar os policiais. Ele relatou dados de uma pesquisa que aponta o Rio Grande do Sul com índice de suicídio duas vezes maior ao registrado nacionalmente. Já entre os policiais da Brigada Militar, o algarismo é quatro vezes superior a da média brasileira.

Segundo Beck, a motivação para dar fim a própria vida está relacionada a uma série de fatores, entre eles, a tensão e riscos inerentes a profissão, baixos salários e muitas vezes a pressão sofrida pela grande mídia que inverte a posição do policial, o colocando como o bandido da história.
Beck afirma ser contra ao pensamento de que é possível se fazer mais com menos. E diz que a polícia precisa com urgência de reforços nos efetivos. Em sua última fala, pediu união às pessoas presentes na audiência, só assim, segundo ele, será possível pressionar o Governo a agir.

Sindicato dos Bancários pede por medidas de segurança

Segundo Cláudio, ainda existem agências bancárias sem câmeras de monitoramento

O presidente do Sindicato dos Bancários do Vale do Caí, Cláudio Tenório, acredita que se as cerca de 500 agências da região adotarem medidas de segurança, seguindo um padrão preestabelecido, o número de ocorrências criminosas poderá ser reduzido.

Ele apresentou um projeto de lei à Casa legislativa com sugestões de mecanismos para que as unidades bancárias tenham maior proteção.

Entre as recomendações estão à implementação de câmeras em todas as agências e a adoção de portas de vidro, com material de maior resistência.
A intenção é que o projeto seja efetivado em Montenegro e sirva de modelo para as demais cidades da associação.

Deputado Juvenir Costela afirma que medidas estão sendo tomadas no Estado
O deputado estadual Juvenir Costela (PMDB) considera que o Governo do Estado vem fazendo sua parte na tentativa de amenizar os problemas na área da Segurança Pública.

De acordo com ele, a crise começou há mais de três décadas, até que se chegou ao ponto da situação ficar insustentável, mas agora há esperança de que as coisas comecem a mudar.

Ele destaca a busca pela aprovação de 19 projetos que tramitam na Assembleia Legislativa gaúcha e apresentam medidas que visam a melhoria da segurança no estado. Entre eles, o que isenta o pagamento de ICMS às entidades que fizerem doações de equipamentos para a polícia. Além disso, também se quer trazer de volta à ativa policiais com menos de 60 anos que se aposentaram nos últimos cinco anos. A intenção é colocá-los em áreas administrativas, liberando os que hoje executam essas tarefas para que possam fazer outras atividades de policiamento.
Costela também ressalta que em 2018 cerca de 6 mil novos policiais devam ser chamados por meio de concurso público já divulgado pelo Governo.

OAB sugere que recursos de impostos sejam aplicados na promoção da Segurança Pública

FECHAMENTO do posto da Brigada Militar do bairro Timbaúva foi citado por Sepé Tiaraju

O presidente da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Montenegro, Sepé Tiaraju Rigon de Campos, não gostou dos discursos realizados pelos deputados presentes no evento. Sepé lembra que o próprio deputado estadual Ênio Bacci (PDT), quando ocupou o cargo de secretário estadual de Segurança Pública, teve participação no fechamento do posto da Brigada Militar localizado no bairro Timbaúva, onde hoje funcionam unidades da biblioteca e telecentro. O representante da OAB culpa uma série de partidos políticos pelo que chamou de caos na segurança pública do Rio Grande do Sul. Segundo ele, a administração do Estado foi entregue a facções criminosas e reverter essa situação só será possível se as administrações adotarem projetos que invistam na sociedade,ou seja, oferecendo oportunidades de trabalho, saúde e educação.

A OAB sugere que não haja mais aumento de impostos no estado, mas, caso isso ocorra, que esses recursos sejam destinados à segurança pública. O que não significa apenas aplicar em policiamento, e sim, na construção de creches, postos de saúde e atração de empresas para bairros da cidade. “Nós precisamos investir e recuperar aquilo que perdemos no passado, como os postos de destacamentos da BM, queremos que se desenvolvam políticas para que as empresas se instalem nos bairros e assim as comunidades possam ter emprego. Esses processos precisam ser operacionalizados”, avaliou.

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