Região contabilizou 235 mortes no trânsito desde 2007

90% dos óbitos ocorrem por falha humanaJuntos, Montenegro, Brochier, Maratá, São José do Sul e Pareci Novo tiveram 202 acidentes fatais até agosto deste ano

Desde 2007 até agosto deste ano, a área de cobertura do Jornal Ibiá, compreendida entre os municípios de Montenegro, Brochier, Maratá, São José do Sul e Pareci Novo, contabiliza 235 mortes no trânsito e 202 acidentes fatais. Montenegro lidera o ranking regional com 201 óbitos e 85,95% dos casos, segundo o levantamento do Detran gaúcho.

Na região dos cinco municípios, 76% dos acidentes fatais ocorreram em rodovias. Em todo o Rio Grande do Sul, como base de comparação, esse número cai para 58%. Das colisões nesse tipo de via, encabeçam a trágica lista: RSC-287, com 32%, ERS 124, com 24% e BR-386, com 23%.

O estudo do órgão estadual também traz o índice de Mortes para cada 100.000 habitantes, que considera apenas anos fechados. Em 2016, último ano contabilizado nesse dado, o RS teve o melhor desempenho desde o início da série histórica, com 14,9. Já a região de cobertura do jornal ficou com apenas 26,6, porém bem abaixo dos 41,3 registrados em 2012, o pior ano.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

90% dos óbitos ocorrem por falha humana
O Observatório Nacional de Segurança Viária faz um alerta importante: 90% dos acidentes de trânsito ocorrem por falhas humanas. Isso engloba desde a desatenção dos condutores até o desrespeito à legislação, segundo os dados.

As causas de acidente são divididas pela entidade em três pilares: fator humano, fator veículo e fator via. As duas últimas são responsáveis por apenas 5% das ocorrências cada uma. E vale lembrar que, muitas vezes, problemas relacionados com o automóvel têm a ver diretamente com o proprietário, ao não realizar a manutenção preventiva.

O capitão do 5º Batalhão de Polícia Militar (BPM), Luís Henrique Suzin, salienta que grande parcela dos acidentes graves poderia ser evitada. Estão associados, segundo ele, a fatores como excesso de velocidade e ultrapassagens mal sucedidas. “Trânsito é educação. A maioria dos acidentes ocorre por situações que envolvem falha humana”, reforça o capitão.

Também há quem teime em manter o costume de beber e dirigir, ou usar o celular enquanto dirige, ambas misturas mortais.

 

 

 

 

 

 

O estatístico da Assessoria Técnica do Detran/RS, Jaimar Monteiro, ressalta que, apesar de o levantamento não se debruçar sobre as causas das colisões com morte especificamente, é possível tecer algumas considerações a respeito. “Normalmente, para que se tenha um acidente fatal, ocorre mais de uma falha, como descumprimento do Código Brasileiro de Trânsito, imperícia, negligência ou imprudência”, sublinha.

O que pensam os montenegrinos:

Fábio Rafael da Silva, taxista. “Acredito que a falta de atenção possa ser um dos maiores fatores para os acidentes. Para evitar, tinha que ter mais fiscalização. A gente parado aqui no ponto de táxi vê muita coisa. As pessoas passam digitando mensagem, atendendo ao telefone, então isso influencia bastante nos acidentes.”

 

Ísis Laura Kuhn, estudante. “Acredito que a irresponsabilidade das pessoas seja o maior causador de problemas no trânsito. Pessoas que não prestam atenção, que estão sempre correndo mais do que deveriam ou que não dão bola para sinalização. Para resolver isso, deve haver uma conscientização. As pessoas devem se responsabilizar no trânsito e prestar mais atenção.”

 

Marcos Vinicius da Silva, desempregado. “Mudar o número de acidentes começa com a própria educação no trânsito. A maioria dos que ocorrem hoje são com pessoas que tiveram aulas nos CFCs de antigamente, onde não se tinha muita preocupação com direção defensiva, e hoje em dia tem. Eu, por exemplo, tive direção defensiva e aprendi coisas que a minha mãe não sabia, que eu ensinei pra ela.”

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