Projeto Mães da Favela avança para segunda etapa

Pagamento está previsto para ocorrer no próximo dia 15, mas entidade busca adiantar para o Dia das Mães

Com a união de diversas entidades e pessoas, o projeto nacional Mães da Favela, da Central Única das Favelas (Cufa), avança para sua segunda etapa. São mais de 20 mil mães beneficiadas pelo Brasil, em Montenegro aproximadamente 50 delas. A iniciativa visa auxiliar mães solo moradoras de comunidades carentes durante a pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19).

O projeto destina uma bolsa de R$ 120,00 (chamada “Vale Mãe”), durante dois meses, para mais de 20 mil mães em 20 estados selecionados, via aplicativo PicPay. A primeira parcela ocorreu no dia 15 de abril, e a segunda está prevista para dia 15 de maio. “A Cufa está fazendo um grande movimento com os parceiros para que o pagamento seja antecipado até o Dia das Mães, como uma surpresa para elas”, disse Kaká Pinheiro, coordenadora do Núcleo Maria Maria da Cufa e responsável local do projeto.

A ideia surgiu durante as ações de entrega de alimentos realizadas pela entidade pelo país, quando as lideranças e voluntários perceberam que as necessidades das mães iam além da falta de alimentos. “Como mulher de periferia e coordenadora do Maria Maria, fiquei muito tocada neste momento de pandemia, pois são mães com muitas dificuldades e na maioria das vezes solo”, disse Kaká, acrescentando que muitas das beneficiadas ficaram sem renda, como é o caso da diarista Liane Pereira da Silva, 36.

“Mãe de seis crianças, ela conta como a pandemia tem impactado a família. “Esse período tem sido muito difícil, pois sou diarista e recebo por dia, assim, se não trabalho não recebo”, comenta a montenegrina. “Com a quarentena, todos ficaram em casa e minhas patroas não precisaram mais dos meus serviços, e também fiquei com todas as crianças sem escola e sem curso”, completou.

Outra beneficiada pelo projeto é a montenegrina Maria Simone Ritter, 33. Antes da pandemia, a mãe solo trabalhava com panfletagem para manter as despesas da casa onde vive com os três filhos, na Travessa Steigleder. “A Cufa ajudou porque além da cesta básica, peguei o dinheiro para comprar o que faltava, como gás e remédio”, diz Simone, que nunca trabalhou de carneira assinada. No município, as beneficiadas moram nos bairros Estação, Vila Esperança, Travessa Steigleder, Imigrantes( Trilhos), Germano Henk, Cinco de Maio, Municipal, Aeroclube, Zootecnia ( Assentamento), Santo Antônio e Senai.

Educação EaD preocupa mães
Com o surgimento da pandemia da Covid-19, as escolas suspenderam as aulas presenciais e passaram a buscar alternativas para dar continuidade ao processo de aprendizagem em casa. Para isso, as instituições recorreram aos aplicativos e plataformas digitais ( o ensino EaD). A estratégia, no entanto, acabou revelando a desigualdade e dificuldades enfrentadas pelos professores e, principalmente, pelos estudantes da rede pública. “Para fazer as atividades da escola, temos que pegar emprestada a internet da vizinha”, conta Maria Simone Ritter.

Além da dificuldade no acesso à internet, a família também enfrenta problemas como a falta de computadores e de espaço em casa, baixa escolaridade, entre outros. “A gente não entende as tarefas, então como é que vou explicar para uma criança”, questiona Simone.

Para Liane Pereira da Silva, outro grande desafio é o aumento das despesas da família. “Os gastos aumentaram é muito”, disparou Liane. “É como se estivéssemos presos, pois as crianças não podem sair, só comem e dormem, e assim têm sido as últimas semanas. Para completar, há também as atividades das escolas, tudo difícil e ainda temos que baixar é imprimir quase tudo, então ficou muito caro”, completou.

Doações feitas por APP
As doações são recebidas através do site oficial da campanha e do app PicPay. Quem quiser doar, seja pessoa física ou jurídica, pode transferir da própria conta na plataforma para a conta da Cufa.

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