Patrimônio. População pede limpeza e presença da Guarda Municipal 24 horas por dia para melhorar o ambiente
O assassinato que ocorreu segunda-feira foi a “gota d’água” em relação ao descaso para com a praça central de Montenegro. A Rui Barbosa já não pertence ao povo em geral. Frequentada por alcoólatras, pedintes e usuários de drogas, sofre ainda com a falta de manutenção e limpeza. Apesar de não se sentirem diretamente lesados, os comerciantes do entorno reclamam da péssima imagem que é passada, em especial, aos visitantes. Após os questionamentos do Ibiá, ontem a Prefeitura anunciou algumas medidas.
Um dos empreendedores ouvidos está instalado há bastante tempo na rua São João. Ele preferiu que seu nome não fosse divulgado, mas relatou o inconveniente dos andarilhos que ficam abordando e pedindo dinheiro. Brigas entre eles também são frequentes, o que espanta as famílias. “E esses cachorros que andam com eles costumam avançar nas pessoas”, relata o comerciante, que pede a presença de um guarda municipal fixo. O empresário faz outro alerta importante, ao indicar que, à noite, os mendigos vão embora e o espaço é ocupado por jovens usuários de drogas e bebidas.
Marcio Gallas, sócio do Restaurante Riograndense, faz o mesmo relato de seu vizinho. Inclusive, mostra preocupação com a abertura noturna da galeteria, inaugurada ontem. “A noite inteira tem gurizada na praça”, revela.
Nunca houve casos de assalto nas proximidades, mas há o inconveniente de beberagem, gritos e brigas entre esses jovens. Durante o dia, Gallas não acredita que seu negócio seja prejudicado pela presença dos mendigos, ainda que alguns clientes já tenham se queixado por serem abordados para darem esmola. Esse empreendedor também pede a presença fixa da Guarda Municipal.
A funcionária de uma lancheria das imediações não vê o negócio ameaçado pela presença dos mendigos. Todavia, o fato dos banheiros públicos estarem fechados (porque os próprios mendigos depredaram) faz com que o grupo se aproxime do estabelecimento para tentar usar seus sanitários. “As pessoas mais velhas vêm aqui e falam que não podem ficar na praça. Atrapalha mesmo a população”, observa a atendente. Ela recordou ainda que, no último domingo, aconteceu uma briga entre os indigentes da Rui Barbosa, o que fez um pai que trouxe o filho para andar de bicicleta se refugiar na lancheira. A sujeira e o capim que cresce nos canteiros é outra queixa geral dos vizinhos e frequentadores.
Prefeitura colocou um zelador para cuidar da área pública
Através da assessoria de Comunicação, a Prefeitura informou que, desde ontem, a Rui Barbosa conta com um servidor da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA), no período de expediente, que cuidará do local. Além disso, o órgão garante que tem realizado manutenção constante e providenciará melhorias nos banheiros da praça central. Quanto aos moradores de rua, de acordo com o Plano de Ação do Município, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) atende a essas pessoas na modalidade Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi).
O órgão faz encaminhamentos para a rede e também para a casa de passagem do Recreo. “A política de assistência social do Município, voltada aos moradores de rua, não é coercitiva. Há o contato e o convite a frequentar a casa de passagem e até o encaminhamento para tratamento, das mais variadas enfermidades a que eles estão sujeitos”, diz o texto.
Contudo, caso esses indivíduos não aceitem a remoção ou internação, os profissionais responsáveis pelo atendimento nada podem fazer. Em casos específicos, quando há demanda judicial, solicitação e autorização de familiar, os servidores da área agem com apoio das autoridades de saúde e da polícia.
Já quanto à segurança, de acordo com a Guarda Municipal, os agentes fazem a ronda em diversos pontos da cidade que também necessitam de fiscalização. No dia do assassinato, inclusive, a Guarda atendia a duas ocorrências em escolas da cidade. A fiscalização continuará normal para que todas as áreas da cidade sejam atendidas.