DISTRIBUIDORA de energia, Prefeitura e empresas de telefonia e de internet prometem tomar providências
“Que perigo! Passo aqui todos os dias e fico pensando se não tem perigo de levar um choque. Deveriam resolver isso.” O apelo é da funcionária pública Luiza Carvalho Medeiros, que todos os dias pega um ônibus na rua Capitão Cruz, ao lado de um poste com fios pendurados, quase ao alcance da mão.
O medo dela é compartilhado por centenas de outros montenegrinos, em diversos pontos da cidade, onde a grande quantidade de redes produz um verdadeiro emaranhado. São cabos de energia elétrica misturados com os de telefonia, iluminação pública e internet. Alguns usuários deixam restos de condutores pendurados e o receio é que acabem sendo energizados e provoquem uma tragédia.
O problema motivou uma reunião na Câmara, proposta pelo vereador Juarez Vieira da Silva (PTB). Ele cobrou providências da RGE Sul, proprietária dos postes, da empresa de telefonia Oi e dos provedores de internet. Os representantes das companhias e do poder público decidiram criar um grupo de trabalho para troca de e-mails e mensagens, para mapear os locais onde há problemas e providenciar a retirada dos fios soltos.
Além disso, entendem que a Prefeitura deve escolher uma rua, com maior incidência de irregularidades, para a implantação de um projeto piloto. Neste local, todos os envolvidos vão adequar as redes ao que determinam as autoridades dos setores elétrico e de telecomunicações e, em seguida, remover as redes clandestinas. Essa definição deve ocorrer nas próximas semanas.
Para o vereador Juarez, a reunião foi proveitosa. “É um avanço para Montenegro estarmos deixando o ponto zero, rumo a uma caminhada coletiva na solução deste problema. O trabalho em parceria vai, com certeza, trazer resultados”, avalia.
O encontro teve a participação de representantes da RGE Sul, da Oi, da Prefeitura e da GTC Telecom, o maior provedor da internet na região.
Cabos de internet são o probema
A consultora de negócios da RGE Sul, Elisandra Castro, explica que outras cidades também estão tratando deste tema e que, em Montenegro, ocorre a substituição de vários postes. Hoje, segundo o coordenador da distribuidora de energia, Emerson Vanzin, em torno de 75% dos suportes de madeira já foram trocados por unidades de concreto. Ele explica que a RGE Sul permite o “compartilhamento” destes postes. Algumas empresas mantêm contrato para colocar também os seus fios de telefone e cabos de internet.
O problema, segundo Vanzin, é a chamada clandestinidade. A empresa não apresenta projeto na RGE, não legaliza o compartilhamento de uso e, mesmo assim, coloca seus cabos, e de qualquer maneira. “Muitos destes provedores não têm seus condutores identificados, o que dificulta uma maior fiscalização”, ressalta o coordenador. Vanzin observou também que o compartilhamento só pode ser feito, no máximo, com cinco empresas. Não é permitido um número maior de redes nos mesmos suportes.
De acordo com o executivo de Relações Institucionais da OI, Jaime Borin, muitas vezes, esses provedores abandonam a prestação dos serviços e a rede (cabos) ficam no poste sem qualquer preocupação com os riscos. Até porque já foram instaladas de forma ilegal. A 0I tem mapeados 68 postes que receberão obras no próximo mês. “São pontos em que existiam postes de madeira e foram colocados os de concreto. Vamos revisar toda nossa parte, que é a adequação da rede dentro das normas técnicas”, acrescenta Borin.
O diretor da GTC Telecom, Alfredo José Heinz, explica que sua empresa tem o máximo interesse de colaborar na solução do problema, pois também sofre a concorrência dos chamados provedores clandestinos. Ele se dispôs, inclusive, a repassar para a RGE Sul todos os locais em que seus técnicos constatarem alguma irregularidade.