Palestra na escola SESI foca no combate ao bullying

Evento foi voltado para os pais de alunos

A Escola SESI de Ensino Médio Heitor José Müller realizou, na noite dessa quarta-feira, 29, uma palestra voltada ao tema Educação e Segurança, abordando especialmente o bullying. Organizado em parceria com o Conselho Tutelar de Montenegro, o evento contou com a presença da advogada Rafaela de Vargas, pesquisadora na área, para falar sobre o impacto do bullying e a necessidade de engajamento entre escola e família no combate a essa questão.

A vice-diretora da escola, Lívia Maria Rosa Nunes, explica que a iniciativa surgiu de conversas com o Conselho Tutelar. Segundo ela, a escolha de Rafaela para conduzir a palestra se deu devido ao conhecimento que a advogada tem sobre o tema.

Para Lívia, o bullying é um tema que segue latente na atualidade, sendo essencial que as escolas promovam a discussão com estudantes e famílias. “A gente precisa muito do apoio dessas famílias para discutir sobre isso com eles em casa também”, comenta a vice-diretora, destacando que, embora o tema já seja abordado frequentemente com os estudantes, a palestra é uma oportunidade para ampliar a discussão junto aos pais. Ela ressalta também a importância de conscientizar sobre o uso das redes sociais, lembrando que a responsabilidade com o que se escreve online pode implicar consequências legais.

As conselheiras tutelares Daniela Oliveira Flores e Leila Ternes representaram o Conselho Tutelar no evento. Leila explicou o papel do Conselho em casos de denúncias de bullying, que inclui encaminhamentos para apoio psicológico, quando necessário. Ela também destacou a importância de iniciativas educativas. “Também vamos às escolas a pedido para fazer palestras e tentar minimizar um pouco essa situação. É triste você ser taxado por um apelido indesejado ou sofrer ofensas”, afirma.

Leila enfatiza a relevância da participação dos pais em eventos como esse, alertando que cada filho tem particularidades e que é importante estar atento às características específicas de cada um. “Tem filhos que não geram problemas, mas outros geram. É importante que os pais saibam lidar com cada situação”, comenta. A conselheira pede que as famílias sejam participativas nas ações promovidas pelos educandários. “A gente sabe de muitas reuniões de escola, não precisa nem ser palestra, mas uma reunião, uma entrega de avaliações, onde a minoria dos pais não comparece. Isso é triste porque demonstra a importância com os filhos”, completa.

Alerta para riscos do bullying
A advogada e pesquisadora Rafaela de Vargas abordou o tema bullying, com foco na importância do diálogo familiar e na conscientização sobre as diferentes manifestações desse problema. De acordo com Rafaela, tem que haver diálogo em casa. “Percebo, enquanto pesquisadora, que não existe uma fala dentro do ambiente familiar sobre o que é o bullying”, comenta.

A advogada e pesquisadora Rafaela de Vargas abordou o tema bullying, com foco na importância do diálogo familiar

Rafaela destaca as diferentes modalidades de bullying: verbal, psicológico, físico e o cyberbullying, que ocorrem no ambiente virtual. Ela observa que muitos pais têm dificuldade em lidar com o tema e, muitas vezes, o encaram como “brincadeira de mau gosto, não é nada grave”. Esse tipo de fato, segundo a advogada, reflete uma visão enraizada em gerações anteriores, que tratava de episódios de bullying de forma minimizada, sem buscar solução.

A pesquisadora também abordou o papel dos pais na supervisão dos filhos, especialmente em relação ao uso de dispositivos digitais e redes sociais.

“Hoje é muito comum a gente ver os pais entregando o celular pra filhos de dois, três anos ainda muito pequenos, então isso vai se tornar uma rotina na vida da criança e do adolescente”, explicou, destacando que a fiscalização do ambiente virtual é um dever familiar e não apenas escolar.

Responsabilidades legais
Os dados apresentados por Rafaela indicam que o bullying, principalmente o cyberbullying, pode ter sérias consequências, incluindo casos de suicídio entre jovens. Ela ressalta a importância de observar o comportamento dos filhos, que muitas vezes estão isolados em seus quartos, uma situação que pode indicar que estão sofrendo, praticando ou presenciando bullying virtual. “A partir do momento que eu presencio uma situação e não recorro, não peço ajuda para ninguém, eu também estou sendo um agressor indiretamente”, acrescenta.

A palestra abordou ainda a legislação recente que criminaliza o bullying e o cyberbullying. Rafaela explicou que, antes, o bullying não configurava crime, mas agora possui deliberações específicas, incluindo multas e, no caso de cyberbullying, até reclusão. “Os pais respondem sim, hoje a gente tem a multa, no cyberbullying é multa, mais a pena de reclusão e a gente também tem a questão dos danos morais.”

Ao final, Rafaela reforçou a necessidade de debates contínuos sobre o tema no ambiente escolar e familiar: “Cabe aos pais junto com o ambiente escolar debater mais, principalmente a questão do bullying, porque se tornou um hábito rotineiro na sociedade, infelizmente .”

A palestra é uma iniciativa da Escola em parceria com o Conselho Tutelar

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